Divulgado no Fórum de Leitores eletrônico do jornal O Estado de São Paulo - 4 Mai 2014
Com relação à matéria 'Desqualificação da corte é grave e merece repúdio', diz Barbosa (Estadão de 29/04/14), que me desculpe o senhor Presidente Barbosa, mas o senhor Presidente Lula tem razão quando afirma que o julgamento do Mensalão foi 80% político e 20% jurídico. Se essa proporção fosse invertida, ter-se-ia que determinar a construção de uma suíte presidencial na Penitenciária da Papuda. Ah, se o Brasil tivesse oposição!
terça-feira, 29 de abril de 2014
sexta-feira, 25 de abril de 2014
O flagelo petista (ou a conectividade entre futebol, política, ciência e música)
A Copa do Mundo a ser realizada no Brasil dentro de dois
meses está condicionada a uma série de fatores que se inserem no universo da
beleza, mistério e imponderabilidade do futebol. O resultado pode ser
visualizado por intermédio de três cenários distintos, designados por alfa,
beta e gama. Um deles se concretizará e se associará com maior ou menor
intensidade às mazelas brasileiras. Estas não são privilégio das atuais administrações
petistas — remontam à descoberta do Brasil e atribuição, a degredados
portugueses, da missão de ocupar nosso território —, mas nos últimos dez anos,
a corrupção, os desmandos e a incompetência atingiram níveis estratosféricos. Este
texto analisa o contexto em que cada um dos cenários anunciados ocorrerá e
estabelece as conexões decorrentes.
Cenário Alfa. É o resultado aspirado
e desejado pela maioria do povo brasileiro — a vitória canarinha na Copa do
Mundo. Os que amam o futebol, os indiferentes e mesmo aqueles que dele
desgostam terão uma atitude receptiva para os festejos, entusiasmo e efeitos da
conquista do hexacampeonato mundial desse esporte contagiante e universal. O
impacto sócio-político será favorável ao status quo vigente. Com a vitória na
Copa do Mundo, por algum tempo, as pessoas se esquecerão de seus próprios
problemas e se esquecerão sobretudo das históricas mazelas políticas que afetam
a todos, potencializadas pelas administrações petistas. Em 1911, Rutherford nomeou
a partícula alfa. Em um cíclotron, a letalidade da partícula alfa está
condicionada à vontade do cientista responsável pelo experimento. No cenário
alfa, a letalidade do resultado estará determinada pela vontade da
maioria da população, que por sua vez estará neutralizada e anestesiada pela
vitória. É tudo o que os governistas querem.
Cenário Beta. É a derrota do Brasil
na final da Copa do Mundo. O choque resultante será gradualmente substituído
pelo pessimismo, revolta e indignação de uma expressiva parcela da população. A
lembrança das mazelas pessoais e institucionais será retomada lentamente. Os
ativistas de várias latitudes exercerão o oportunismo que lhes satisfaz e
desencadearão um processo de manifestação nas capitais mais importantes do
País. O Governo será responsabilizado e acossado, daí resultando uma redução
nos índices de apoio apurados pelos institutos de pesquisa. Em 1914, Chadwick
comprovou experimentalmente o que já tinha sido mencionado por Rutherford — a
partícula beta que, de forma simplista, é parte essencial do mecanismo que
permite a corrente elétrica e explica os fenômenos associados com as descargas
atmosféricas. A intensidade de um relâmpago e sua letalidade estão
condicionadas aos desígnios da Mãe Natureza. No cenário beta, a letalidade
das consequências do resultado da Copa do Mundo favorece os que se opõem à
situação vigente. Os governistas e os oposicionistas se digladiarão
intensamente, e cada integrante dessas facções atuará, pensará e rezará em
favor do resultado desejado.
Cenário gama. É configurado pela
derrota da seleção brasileira nas fases que antecedem a final da Copa do Mundo
— oitavas de final, quartas de final ou semifinais. Trata-se da reedição da
experiência traumatizante de 1950, com as agravantes de já ter sido vitoriosa
em cinco Copas do Mundo e de ter que enfrentar a continuação do torneio em
território nacional sem a presença canarinha. Os ativistas terão a oportunidade
singular de potencialização de suas ações, seja pela ocorrência dos jogos entre
seleções estrangeiras no Brasil, seja pela presença de parcela da imprensa
mundial. Em 1898, Marie Curie descobriu a radiatividade. Ela ganhou o prêmio
Nobel de Física e depois o prêmio Nobel de Química. É o único cientista da
história humana a realizar esse feito por trabalhos no âmbito da Ciência — Linus
Pauling, ganhou duas vezes, mas o último foi prêmio Nobel da Paz. Marie Curie
contabiliza ainda a seu favor, o fato de que sua filha Irene Curie, algumas
décadas depois, também ganhar o prêmio Nobel, pela descoberta da radiatividade
artificial. Marie Curie faleceu em consequência de câncer ocasionado pelos
resultados da radiação nuclear nos experimentos que a notabilizaram. Entre os
produtos de uma reação nuclear, os raios gama apresentam terrível letalidade. O
cenário
gama contém a letalidade política que os governistas de plantão não
desejam e que os oposicionistas, secretamente, sonham.
Os cenários alfa, beta e gama não podem ser visualizados
como operações lógicas, que as caracterizem como eventos pertencentes ao
universo da certeza. Pode-se asseverar que carregam em sua formulação, o
relativismo encontrado na Teoria da Relatividade do Cientista Maior — Albert
Einstein. Ademais, quando Ele formulou Sua teoria, não havia instrumentos,
cenários e contextos que permitissem a comprovação inequívoca.
Epílogo descontextualizado. Por que
grafar-se com iniciais maiúsculas a teoria e o atributo daquele cientista? A
resposta foi formulada por Steve Jobs quando, após ouvir Io Io Ma tocar uma
peça de Bach em seu celo Stradivarius, declarou: “Eu até não acreditava em
Deus, mas ele tem que existir. Você jamais tocaria essa música sem ajuda!”.
Similarmente, é difícil imaginar a formulação Teoria da Relatividade sem ajuda
divina.
Com ideias desconexas, expôs-se neste texto a conectividade
entre futebol, política, ciência e música, por intermédio de três cenários,
sendo que no primeiro, a seleção brasileira vence a Copa do Mundo; e nos outros
dois, a seleção brasileira é derrotada no maior certame mundial do futebol. Uma
coisa é certa: os cenários beta e gama — ambos caracterizam a derrota do Brasil
na Copa do Mundo — são eventos que ajudam a preencher as condições necessárias
e suficientes que levarão os brasileiros a se livrarem do flagelo situacionista
fundado na práxis petista de governar.
Coragem intelectual e ética
Divulgado no Facebook do jornal O Correio Braziliense – 22 Abr 2014
Em
'O Bode' (Correio Braziliense de 22/04/2014), a senhora Teresa Cruvinel se coloca
contra decisões do Supremo Tribunal Federal, relatando suposta perseguição a
condenado do Mensalão (conforme é conhecida a ação transitada em julgado no
STF, em 2013, com a condenação de politicos e empresários, por corrupção e
outros crimes).
A dúvida que não quer calar: ela argumenta como analista político --- e,
nesse caso, precisa declarar qual é sua facção, que interação ela mantém com a
dita facção; ou como advogada --- e, nesse caso, precisa declarar quem está
pagando a conta?
Na China, no Irã, na Coréia do Norte ou na Cuba (sic), participantes do
Mensalão seriam sentenciados à pena de morte e já teriam sido executados. Na
Europa Ocidental ou nos Estados Unidos, seriam setenciados a uns 15 anos de
masmorra. E mais, tudo isso teria ocorrido uns 6 anos antes.
Entendo que mocinhas e senhoras fiquem com pena de condenados quaisquer.
Agora, colocar-se de forma pública, em importante órgão da mídia, contra as
ações de nosso sistema judiciário é demais. A senhora Cruvinel não, mas outras
senhoras e mocinhas que ficarem com pena daqueles setenciados devem, em caráter
privado, oferecer apoio, convidando-os para irem às suas casas (quando
permitido pela Justiça) ou visitando-os gentilmente (também quando isso for
permitido).
Precisamos refletir sobre as ações de nossos políticos e também sobre o
sistema judiciário brasileiro. Viva o senhor Barbosa, que teve a coragem
intelectual e ética de começar o processo de correção dos maus modos com que a
coisa pública é tratada em nosso maltratado País.
Por que não ficas calado?
Divulgado na página eletrônico do jornal Mundo Deportivo, de Barcelona — 11 Abr 2014
Parodiando Romário, se puede decir que el Sr. Cruyff com la boca cerrada es un poeta.
Bem, em português
claro: o Sr. Cruyff tem divulgado opiniões sobre o futebol em geral, sobre o
Barcelona e, particularmente, sobre jogadores brasileiros — neste caso, de
forma um tanto depreciativa, tratando do que eles são e do que deveriam fazer.
O Sr. Cruyff não
deve gostar do Brasil. Possivelmente, deve ser oriundo da família de Maurício
de Nassau — no século XVII, esse holandês invadiu o Brasil e em seguida foi
expulso e enviado de volta para a Holanda.
Ademais, o Sr.
Cruyff foi um jogador até bonzinho, mas nunca ganhou um título mundial por sua
seleção. Os cinco títulos que o Brasil acumulou o incomodam muito. Como técnico — ah,
treinar o Barcelona até mudos conseguem, tal é a grandeza dessa admirável
instituição esportiva. Então se ele tivesse sido técnico da Holanda, não
haveria qualquer diferença, a Holanda não seria campeã mundial. Os cinco
técnicos brasileiros campeões do mundo não o deixam confortável.
Agora a
verdade, Sr. Cruyff. O senhor foi um dos maiores jogadores de futebol do
mundo. Tive a triste alegria de vê-lo comandar a vitória contra a seleção
brasileira na Copa de 1974. Minha alegria foi triste, mas foi alegria pelo
futebol maravilhoso de sua seleção. Beethoven, Mozart, Vila Lobos comporiam uma
sinfonia para o futebol do time que o senhor liderou.
Porém isso não
lhe dá estatura para falar bobagens sobre o futebol atual.
El señor Rey Juan Carlos podria decirle: Por que no te callas?
El señor Rey Juan Carlos podria decirle: Por que no te callas?
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