O artigo
“Precisamos falar sobre Bolsonaro”, do senhor Leonardo Cavalcanti (Correio Braziliense
de 20 de fevereiro) analisa os possíveis candidatos da eleição presidencial de
2018. Nesse sentido, é oportuno asseverar que o texto contém uma virtude: a
proposição de debate sobre o provável candidato Bolsonaro; e um vício: a
assertiva de que os oponentes do Bolsonaro são sábios e os demais são idiotas.
De um lado, o senhor Cavalcanti se despoja dos erros dos adversários do senhor
Trump — a mídia, os intelectuais e os democratas americanos asseveravam que ele perderia
inapelavelmente; de outro, ele abraça-os com inexplicável inconformismo — de
forma similar ao que ocorreu no vizinho do norte, atribuindo a outros todos os
defeitos possíveis.
Por imperioso, é razoável asseverar que constitui engano fatal alguém pensar que está sempre
certo e os oponentes inequivocamente errados. Ademais, repetir erro já cometido não é prova de lucidez.
Por último e
fundamentalmente importante, é fácil inferir que, no deserto de ética e
honestidade da política brasileira, basta a um político ter coragem, não se
deixar corromper e falar a verdade, para ganhar a eleição presidencial de 2018. Não é essa a práxis do Bolsonaro?