Na carta intitulada “Excelência
acadêmica requer cientistas treinados” (Fórum de Leitores do Estadão de hoje, 8
de janeiro), instigado por missiva anterior, de pesquisadores brasileiros, o
doutor Vandré Casagrande Figueiredo compara estudo, pesquisa &
desenvolvimento e ciência & tecnologia no Massachusetts Institute of
Technology (MIT) e na Unicamp.
Nesse sentido, o missivista dá uma
aula sobre o que faz a diferença em favor do instituto americano, que mutatis
mutandis pode ser estendido às principais universidades e centros de pesquisa
dos países desenvolvidos. Infere-se inequivocamente que há uma linguagem a ser
praticada nesse campo.
Num ano de
eleição presidencial no Brasil, os candidatos deveriam atribuir maior relevância
à compreensão dos grandes saltos transformadores da humanidade:
(i)
a saída do homem das cavernas;
(ii)
a descoberta da agricultura;
(iii)
a invenção do arco e flecha;
(iv)
a invenção do alfabeto e da linguagem escrita;
(v)
a invenção de técnicas metalúrgicas;
(vi)
a invenção da pólvora e da impressão de livros;
(vii)
a revolução industrial; e
(viii) a revolução do conhecimento e da informação, a
reboque das descobertas da eletrônica e da telemática.
Não é demais
enfatizar que nenhum povo atingiu a condição de prevalência na história mundial,
sem que haja a prevalência de metas associadas à transformação.
O que foi analisado na
correspondência do doutor Figueiredo relaciona-se com a última transformação
citada, a que nossos governantes hesitam em aderir prioritariamente, dado que a
ausência de estadistas entre nossos políticos impede até mesmo sua
alfabetização na linguagem adotada pelo articulista.
Enfim, é imperioso que os candidatos
à Presidência da República assimilem essa linguagem, debatam os problemas e as
soluções e passem a atribuir prioridade inequívoca, indiscutível e máxima para
ciência & tecnologia e para seu fundamento básico, a educação — ou seja, a
excelência acadêmica e a atuação dos cientistas devem, cotidianamente, estar na
agenda do poder Executivo, do Parlamento, das demais instâncias do poder e, por
último e de fundamental importância, no dia a dia dos cidadãos.
Ademais, a primeira e fundamental medida é
tornar a profissão de professor a mais valorizada e melhor remunerada do setor
público — essa é a revolução que necessitamos.