quinta-feira, 10 de julho de 2014

A grande oportunidade

A seleção brasileira de futebol foi fragorosamente derrotada pela seleção alemã na semifinal da Copa do Mundo de 2014 no Brasil. Conquanto uma mancha inapagável tenha sido incluída na história épica do futebol brasileiro, a seleção continuará nos corações e mentes de quem gosta desse esporte planetário.
O governo não foi derrotado, mas a economia se posiciona entre as últimas seja na América Latina, seja no âmbito dos emergentes de todas as regiões. A educação acumula os piores desempenho entre os países mais organizados. A política externa se caracteriza por inegável pequenez: apoia-se regimes ditatoriais; financia-se regimes em estado de desintegração; ajoelha-se diante da intransigência de países tradicionalmente dependentes de outros países inclusive o nosso; e não se define uma estratégia que resulte em ação valorizadora de nossas possibilidades. No trato da coisa pública, os desmandos são enormes, metaforizados pelo encarceramento dos próceres da atual governante. As obras prometidas para a sociedade como corolário da organização da Copa do Mundo não foram concluídas. Em suma, o governo tem imposto aos brasileiros o que se pode considerar uma contundente derrota histórica.
Nesse cenário esportivo e político, é forçoso admitir que a seleção e o governo disputaram a Copa Mundial da Incompetência e ambos chegaram à final. A improvisação, a má gestão, a corrupção, os desmandos de toda ordem e, enfim, a incompetência foram objeto de pertinaz disputa. O resultado final foi empate. Então, ambos foram declarados vencedores.
Nada pode ser tão ruim que não possa piorar. A seleção e o governo estão no limiar do enxovalhamento, da desonra e da humilhação, tal é a incompetência que os acomete. O limite do horrendo levado ao paroxismo está nas perspectivas de ambos.
E é aí que reside a esperança. O caos é uma oportunidade de mudança, de transformação, de revolução. É o que o Brasil precisa no esporte e na política. Para quem aspira o humanismo, a democracia e a prevalência da decência, da justiça e da ética, os ventos de outubro são a grande oportunidade requerida. Que venham as eleições!

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