Conforme
noticiou hoje o Estadão, Lula afirmou que se sentiu prisioneiro e que ficou
magoado e ofendido. Em realidade, ele deveria asseverar que se sentiu
prisioneiro de sua desfaçatez, de sua falta de espírito público, de sua
intemperança, de sua faculdade de estimular os poderosos para constituir
organização criminosa que empobreceu a maior empresa brasileira. Ele deveria
expressar que magoou e ofendeu os brasileiros de boa fé; que maculou os
princípios essenciais da democracia; que — ao incluir a própria família no
universo de beneficiários de trampolinagens de toda ordem — transmitiu péssimo
exemplo para os jovens brasileiros.
E
o que inferir desse cenário lamentável para o futuro do País? Por ânimo de
justiça, é forçoso reconhecer que esse personagem menor — e cujo destino é a
lata de lixo da história brasileira — prestou um grande serviço à posteridade,
como bem identificado pela lucidez de Fernão Lara Mesquita, em artigo no
Estadão, ao declarar que “finalmente foi plantada a pedra fundamental da democracia
brasileira”. Sim, porque por obra e talento do juiz Sérgio Moro, todos começam
a ser iguais perante a lei, não importando quão poderosos sejam.
Esse
juiz se inscreve na galeria dos notáveis de nosso maltratado País. É
fundamental reconhecer que ele conquistou o direito de se candidatar a um
elevado cargo da República. Então, proponho que ele faça parte da próxima lista
de indicados para Ministro do Supremo Tribunal Federal. Com certeza inequívoca,
ele dará nova dinâmica àquela egrégia Corte, enriquecendo-a com insuperáveis
talento, capacidade e coragem. Assim, ampliará a contribuição para que a pedra
fundamental seja uma pedra nas sendas daqueles que transgridem as normas legais
e os ditames da decência e da ética.
Nenhum comentário:
Postar um comentário