[Mensagem acolhida pelo
jornal O Estado de São Paulo e
divulgada em seu Fórum de Leitores, versão eletrônica, de 08/09/2016]
Em face do
ingresso no Supremo Tribunal Federal de ação contra o julgamento que decretou o
impeachment da senhora Dilma Vana Roussef — formalizado, de acordo com Ministro
do STF, “de forma bizarra”, sob a gestão do presidente do tribunal parlamentar
—, ela e seus defensores demonstram uma insistência que ultrapassa os ditames
da lógica, da razão, do bom senso e da ética.
É emblemático
que, naquele histórico julgamento, a advogada de acusação, senhora Janaína
Paschoal, tenha chorado pelos netos da senhora Roussef e que, em qualquer
circunstância ou ocasião, a senhora Roussef jamais tenha chorado pelos
familiares de Mario Kozel Filho, Noel de Oliveira Ramos e Estanislau Ignácio
Correia — para citar apenas três dentre os brasileiros que foram covardemente
assassinados pelos grupos terroristas a que ela pertenceu na juventude,
quando sob o argumento de que lutava contra o regime vigente no Brasil,
em realidade, objetivava implantar em nosso País uma ditadura abominada e hedionda.
Conquanto
seja “a democracia o pior de todos os regimes, exceto todos os demais”, a
senhora Roussef não consegue conviver com as virtudes democráticas; ela só
consegue agir em consonância com suas mazelas. Para ela a liberdade é a
faculdade de espalhar tudo que seu corpo e mente, bem ou mal formados (esse
juízo depende do caráter e dos valores de quem avalia), produzem
independentemente dos meios, da retidão, da conveniência, do local e do tempo
disponíveis. De forma similar, para ela, a verdade é a faculdade de usufruir
dessa liberdade maculada, da forma como justificam os seus fins.
Por teimoso e
incorrigível otimismo, entendo que o País dos netos da senhora Roussef — e de
todos os demais — será melhor, exatamente porque a claudicante democracia que
ela tanto conspurca permitiu que ela fosse expurgada, não tão tarde quanto
irremediável.
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