No que concerne ao magnífico
artigo “Falta um plano estratégico para o Brasil”, do professor Paulo R.
Feldmann (Correio Braziliense, de hoje, 28 de outubro), que assevera a
imperiosa necessidade de revisão da política de ciência e tecnologia bem como a
política industrial brasileira, há ponderações a agregar.
Dentre os problemas brasileiros,
convém alinhavar três: a histórica ausência de estadista em nossa evolução, a
indigência do sistema educacional e a falta de prioridade para a ciência e
tecnologia — esta apropriadamente enfatizada pelo articulista. As assertivas a
seguir já foram mencionadas na matéria Indigência de estadistas e outras, de
31/8/2016 [acessível em http://ribeirosouto.blogspot.com.br/2016/08/indigencia-de-estadistas-e-outras.html]. Pela relevância, são reproduzidas in verbis.
Os estadistas são a mola propulsora da
evolução de qualquer país. Eles atuam com visão de futuro e com estabelecimento
das melhores estratégias; conquistam a confiança, lideram, medeiam conflitos,
planejam, orientam e empreendem; e assim obtêm os melhores resultados,
colocando o país na vanguarda da história.
A educação deve ser a prioridade das
prioridades de todas as ações governamentais. Nenhuma outra demanda da
sociedade tem a faculdade de potencializar todas as forças do país como os
investimentos em educação. Ademais, os educadores devem ser escolhidos na nata
da juventude e, para isso, devem ser os mais valorizados servidores e devem ter
os melhores salários do setor público; e a par disso nenhum dia do ano letivo
deve ser perdido, com greve, doença de professores ou qualquer outro motivo. As
demais medidas educacionais relevantes tornam-se consequência natural do
estabelecimento da educação como prioridade absoluta, ancorado na questão
primacial que é a valorização dos professores; sendo relevante asseverar que
medidas políticas cosméticas — que, não raro, têm sido anunciadas na última
década — são inoportunas, inconvenientes e ineficazes.
É imperioso considerar que desde a passagem
do porrete para o arco e flecha, até a arma eletromagnética (quando e se for
operacionalizada) ─ passando por todos os demais objetos resultantes da
evolução humana ─, a ciência e a tecnologia têm sido (e serão) essenciais para
qualquer passo evolutivo e, como tal, impulsionadoras de qualquer país, da
condição de ator secundário, para a condição de potência global dominante.
Então, a formulação e a adoção
de um plano estratégico para o Brasil, conforme proposto pelo professor
Feldmann, passam antes e necessariamente pelos questionamentos e
equacionamentos e ações atinentes ao estímulos para a formação de estadistas, à
mudança dos paradigmas educacionais e ao reconhecimento da relevância do
binômio ciência e tecnologia.