segunda-feira, 23 de março de 2020

Mensagem para o Dr. Lindolpho

Caro Dr. Lindolpho,

Como está o senhor, tudo bem?

Conforme havia mencionado em nossa conversa telefônica, pensava que o livro Amor e Matemática, do Edward Frenkel, era destinado ao ensino médio. Talvez, não seja bem assim. Ele se estende um pouco mais. De qualquer sorte, gostei do livro.

Ao concluir a leitura, tive uma agradável surpresa. Transcrevo um pequeno trecho para mostrar a razão.

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No meu trabalho com Witten, analisamos esse fenômeno em detalhes. Um tanto surpreendentemente, isso nos levou a alguns novos insights não só referentes ao Programa de Langlands geométrico para superfícies de Riemann, mas também à coluna central da pedra de Roseta de Weil, que trata de curvas sobre corpos finitos. Esse é um bom exemplo de como as ideias e os insights em uma área (física quântica) podem se propagar de volta às raízes do Programa de Langlands.

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Em abril de 2007, Witten e eu começamos a trabalhar nesse projeto quando eu estava visitando o instituto, em Princeton, e  o artigo foi finalizado no Dia das Bruxas (Haloween), em 31 de outubro (lembro-me bem da data, pois, após publicá-lo on-line, fui a uma festa de Halloween para comemorar). Nesses sete meses, estive três vezes no instituto ficando cerca de uma semana cada uma das vezes. Todos os dias trabalhávamos juntos no confortável escritório de Witten. No restante do tempo, estivemos em lugares diferentes. Naquele período, dividia meu tempo entre Berkely e Paris, e também passei duas semanas em visita ao IMPA, Instituto de Matemática no Rio de Janeiro. No entanto, meu paradeiro não tinha importância.

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Dr. Lindolpho, achei interessante que o Frenkel cite o IMPA em um contexto que inclui o Instituto de Estudos Avançados de Princeton, que abrigou Einstein e von Neumann; bem como --  de forma não explícita -- o Instituto Henri Poincaré, onde ocorre o Séminaire Bourbaki

Acho que o IMPA tem muito mais prestígio do que os brasileiros medianos imaginam.

Permita-me dividir com o senhor a alegria e orgulho dessa obra magnífica

Fraterno abraço,

Aléssio.

 

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