domingo, 14 de junho de 2020

A juventude e O Preço do Amanhã – II

"O lavrador perspicaz conhece o caminho do arado".
Homenagem a Oscar Barboza Souto, antigo lavrador.
In Memoriam.
Por relevância, decidi transcrever a última parte do artigo anterior, com título homônimo deste. O primeiro texto é encerrado com a seguinte indagação:
A propósito, seria a intenção do professor impactar a cabeça dos alunos no sentido de criar uma simpatia pelo socialismo? 
Se a resposta for afirmativa, tem-se mais uma controvérsia do sistema educacional brasileiro de nível superior (e formação dos professores), com a gestão universitária baseada nas minorias ideológicas, alicerçadas nos partidos como o PT, PSol e PC do B — a escória do atraso brasileiro e mundial.
A esse respeito, cabe analisar o que se espera dos professores, tanto no ensino básico quanto no ensino superior.
Há a expectativa de que os professores transmitam informação, conhecimento e, sobretudo, de que estimulem a faculdade de pensar dos alunos.
Para que os jovens estejam em condições de assistir ao filme citado e interpretá-lo satisfatoriamente – e, mais do que isso, estejam em melhores condições de fazer face aos desafios políticos de qualquer cidadão –  os aspectos enumerados a seguir devem ser transmitidos pelos professores, principalmente, nas matérias de História e Sociologia.
(i)     Nos séculos IV e III a. C., Platão e Aristóteles lançaram as bases da civilização Ocidental — expressas, entre outros, nos livros Apologia de Sócrates e República, de Platão (428/348 a. C.); e ÉticaPolítica e Retórica, de Aristóteles (384/322 a. C.).
(ii)    No século XVII, Thomas Hobbes formulou as bases do autoritarismo, caracterizado pelo exercício do poder absoluto e centralizado e, portanto, com supressão da liberdade — sintetizadas no livro Leviatã (1651).
(iii)   Ainda no século XVII, John Locke estabeleceu os fundamentos do liberalismo, alicerçado no direito à vida, à liberdade e à propriedade — consolidados no livro Dois Tratados sobre o Governo (1689).
(iv)   A civilização Ocidental foi materializada no liberalismo, na democracia e na liberdade, com longa evolução que resultou, no século XX, nos países desenvolvidos da Europa e da América do Norte. A democracia e a liberdade prevaleceram, para citar alguns exemplos, no Reino Unido, na França, na Alemanha (após 1945), na Suécia, nos Estados Unidos e no Canadá. Os pressupostos primaciais dos regimes democráticos são a liberdade e a concessão a todos da oportunidade de vida com dignidade. 
(v)    No século XIX, Karl Marx — enleado em seus problemas familiares, em que ressaltam a morte de quatro filhos na infância, por falta de cuidados materiais bem como de cuidados paternos; o suicídio de duas filhas adultas, Eleanor Marx e Jenny Julia Marx; e a recusa de reconhecimento do filho que teve com sua empregada (que em estranha solidariedade, Engels reconheceu a paternidade) — publicou, entre outros, os livros O Manifesto Comunista (1848) e O Capital (1867?).
(vi)  A obra de Marx deu origem às revoluções comunistas no mundo inteiro, voltadas para o socialismo real, autoritário e estatizante, com ausência de liberdade, bem como com igualitarismo inatingível (o que significa a socialização da miséria, exceto para os dirigentes do País) e com situações que beiram a escravidão humana. O comunismo causou a morte de cerca de 100 milhões de pessoas no mundo — cerca de 60 milhões na China e 20 milhões na União Soviética (sendo aproximadamente 5 milhões, mortos de fome na Ucrânia, num episódio hediondo conhecido como Holodomor). 
As principais fontes bibiográficas para estes dados são: 
a) O Espião que Mudou a História – A História de Como a União Soviética Ganhou a Corrida pelos Segredos dos Estados Unidos, 2017 (The Spy Who Changed History – The Untold Story of How the Soviet Union the Race for America’s Top Secrets, 2017), de Svetlana Lokhova.
b) Os Sete Chefes do Império Soviético, 2008 (The Seven Leaders, 2008), de Dmitri Volkogonov.
c) Mao – A História Desconhecida, 2012, de Jung Chang e Jon Halliday
d) O livro negro do comunismo: crimes, terror, repressão, 1997 (Le Livre Noir du Communisme: Crimes, Terreur, Répression, 1997), obra coletiva de professores e pesquisadores universitários europeus, editado por Stéphane Courtois, diretor de pesquisas do Centre National de la Recherche Scientifique (Centro Nacional da Pesquisa Científica, CNRS).
Essa fontes — “scholars” russos, franceses e chinesa — se apoiam em fatos históricos conhecidos, em robusta documentação e em testemunhos adicionais. As críticas de que os intelectuais são opositores ao socialismo são improcedentes, dado que oposição não significa culto à inverdade e à indecência. As asserções de que o capitalismo teria causado maior número de mortes na humanidade são risíveis — para não dizer que são produto da má fé dos autoritários que desprezam a vida humana.

 (vii) A partir da década de 1930, foi implantado na Alemanha o nacional-socialismo (ou simplesmente nazismo) — da mesma forma que o socialismo real (ou simplesmente comunismo) — apoiado no autoritarismo estatizante, supressão da liberdade e aspectos similares à escravidão humana. O nazismo foi responsável pelo assassinato de 6 milhões de judeus e outras minorias, nos fornos de gás alemães, no nefasto episódio denominado Holocausto. Além disso, deu origem à Segunda Guerra Mundial, que causou terríveis danos à humanidade e, afortunadamente, foi vencida pelos Aliados. Por haver centenas de obras sobre o tema, a bibliografia sobre o Holocausto e suas circunstâncias deixa de ser citada. 
(viii) É imperioso e oportuno destacar a inspiração do autoritarismo concebido por Hobbes, sobre o nacional-socialismo (nazismo) e sobre o socialismo real (comunismo). É inquestionável que ambos propugnam e praticam o poder centralizado absoluto, a supressão da liberdade (partido único, ausência de separação de poderes, imprensa única e estatal e controle abusivo sobre as atividades dos cidadãos) e o assassinato como forma de enfrentamento aos oponentes.
(ix)    O Brasil tem lutado para se inserir no processo democrático. Nos últimos 30 anos, foram dados passos nessa direção. A plenitude democrática ainda está longe de ser conquistada. As desigualdades sociais e econômicas e os lamentáveis procedimentos políticos e judiciais da atualidade indicam que há um longo caminho a percorrer para a concretização da democracia.


(x)    As Forças Armadas brasileiras tiveram a oportunidade de impedir a implantação do comunismo no Brasil em dois momentos históricos. Em 1937, por ocasião da malfadada Intentona Comunista, que o Exército debelou; e na década de 1960, quando o País estava marchando para a adoção da ditadura do proletariado e os militares atuaram para que esse intento fosse abortado. Houve o contragolpe de 1964 e a prevalência daqueles que se opõem ao autoritarismo socialista. 
(xi)   No atinente ao nazismo, cumpre destacar que em 1945, o Brasil participou da Segunda Guerra Mundial, com a Força Expedicionária Brasileira (FEB), integrada por cerca de 25.000 militares combatendo na Itália e contribuindo para a vitória dos Aliados contra os nazistas. A FEB teve 467 militares mortos em combate. A rigor, há insuficiente reconhecimento para os eternos heróis da luta pela liberdade e demais crenças e valores do povo brasileiro.
(xii)  Em 2003, no âmbito de eleições livres e diretas, ascendeu ao poder no Brasil o corruPTo socialismo-petismo, que no bojo dos maiores escândalos de corrupção da humanidade, ao longo de uma década e meia de desmandos, lançou o País na maior crise social, econômica e política de sua História.
(xiii) Em 2018, numa emblemática eleição presidencial, o socialismo-petismo foi vencido, ascendendo ao poder a via conservadora, liberal e democrática, assegurando a certeza da prevalência da liberdade individual, política e de imprensa. Após a investidura na Presidência da República, o novo governo tem apresentado acertos e erros. De qualquer sorte, a atual conjuntura não será analisada agora. É adequado e oportuno que essa análise seja feita a partir das próximas eleições presidenciais, em 2022 e 2026, respectivamente.

É imperioso aprioristicamente destacar que há a inequívoca convicção de que foram ultrapassados 500 dias sem corrupção no Governo Federal. De outro modo, há percepção de que há uma conjugação de esforços do Parlamento, do Poder Judiciário e da mídia para tentar afastar o Presidente Jair Bolsonaro da Presidência da República. Os movimentos para o impeachment têm sido recorrentes. A oposição das Organizações Globo, do Estadão e da Folha de São Paulo — para citar apenas os mais ativos — chega às raias da insanidade. Não raro, essas tentativas tem sido desmoralizadas.


Por último e fundamental, a juventude deve, permanentemente, ser instada a pensar sob a égide da meta fundamental do ser humano: a busca da paz e da harmonia. 
Para esse intento, o instrumento mais adequado, satisfatório e eficaz é a democracia. 
E a democracia se alicerça em quatro fundamentos primaciais: a liberdade, a verdade, a coragem e a ética.
(ARS)

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