Não raro, utilizo a expressão “não raro” com a acepção “com alguma frequência” ou simplesmente “com frequência” — sempre em oposição ao adjetivo “raro”. Eis alguns exemplos:
– Não raro, o artista é aplaudido ao entrar em cena. Não raro, ele reage com respeitosa reverência.
– Não raro, é preciso ter atenção e cuidado com as idiossincrasias da língua portuguesa. Não raro, elas surpreendem experimentados professores. Não raro, elas causam tropeço em brilhantes alunos.
– Quando qualquer dificuldade me envolver, não raro devo me lembrar que posso enfrentar situações piores e jamais deixaria de tentar superá-las.
Estariam corretas essas “alessianas” rochedenses?
Compulsando-se o dicionário de Aurélio Buarque de Holanda Ferreira, constata-se que dúvida não há, elas estão corretas. O mestre dos doutores ensina:
“Não raro. Com frequência: [...]”.
Consultando-se também o Dicionário de Português licenciado para Oxford University Press, confirma-se o acerto do uso da expressão:
“Não raro. Com frequência; comumente, frequentemente <lia muito, não raro pela madrugada adentro>.
O socorro pode se estender ainda ao Dicionário Aulete Digital, de Francisco J. Caldas Aulete, que registra:
“Não raro. Com alguma frequência.”
Cidadãos há que consideram o emprego de “não raro” inadequado. Porém, o ex-presidente da Associação Brasileira de Imprensa é um dos autores que não concordam com essa asserção. Em seu livro Presença de Alberto Torres (página 63), encontramos:
“Sua presença é constante no jornal, não raro apenas com
suas iniciais.”
É interessante e curioso, verificar como essa expressão é traduzida para o idioma inglês.
Fonte: https://www.linguee.com.br/portugues-ingles/traducao/não+raro.html(Consulta em 20/03/2021)
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