Esta
manhã, foi anunciada a morte de Fidel Castro.
Em
vida, ele se perguntou se a História o condenaria ou absolveria.
Ele
tinha dúvidas, mas não deveria tê-las.
Fez
uma revolução sangrenta e matou milhares sem julgamento.
Tentou
exportar a revolução, o que resultou num enorme fiasco.
Tornou
Cuba não dependente dos Estados Unidos e escravizou-a aos desígnios da União
Soviética em troca de esmolas para a sobrevivência.
Sem
esse apoio, colocou seu povo em condição de severas privações.
Governou
sem mandato durante mais de quatro décadas.
Privou
o povo cubano de liberdade.
Obrigou
milhares a fugir de seu torrão natal.
Como
a totalidade dos ditadores, desconsiderou a verdade e atribuiu a culpa das
mazelas de sua administração a ações internacionais.
Transmitiu
aos ingênuos, desavisados, sobretudo jovens, a esperança inútil, inócua e
equivocada.
Por
conveniência, falha de juízo de valor, má fé ou outros motivos, agregou apoio
de líderes e de intelectuais.
Por
extensão ou empatia, levou muitos a macular a verdade e atribuir-lhe uma
importância que a rigor não teve — a tal ponto que ainda hoje assistimos
incautos a tecer-lhe loas de forma até irracional.
Passou
o governo para seu irmão como se ilha caribenha fosse uma grande fazenda.
Enfim,
passou aos arquivos da História que contêm Hitler, Stalin, Pol Tot e outros.
A
História não condena ou absolve, apenas registra.
A
História não faz discernimento entre decência ou mentira, ética ou sua
ausência.
Agora
que a morte o levou, não cabe condenar ou absolver, mas à luz dos atributos de
ser, pensar e saber, cabe apenas contemplar a verdade.
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