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Meu primeiro contato com universidade foi no IME de 1979 a 1981. Uns poucos professores de minha graduação em Engenharia eram da UFRJ. Depois, de 1985 a 1986, tive no mestrado, também alguns professores da UFRJ.
Quando chefiei o CTEx de 1996 a 1998, tive equipes que conseguiram pesquisar, projetar, desenvolver e produzir pelo menos 6 artefatos de uso dual, ou seja, civil e militar, os quais nunca tinham sido produzidos no Hemisfério Sul. É até difícil de acreditar. Isso foi possível com parcerias com a indústria carioca e paulista e, especialmente, com parcerias com universidades (UFRJ, UNICAMP e USP; e também com o IME e o ITA).
No caso da parceria com a UFRJ, um dos nossos pesquisadores era um coronel engenheiro militar, e professor doutor da UFRJ (PhD na Inglaterra). Ele formou na ilha do Governador vários doutores militares e civis do CTEx. A equipe dele conseguiu obter fibra carbono de rejeitos da indústria petrolífera. No máximo uma meia dúzia de países do mundo tem a capacidade de produzir fibra carbono a partir de produtos do petróleo ou de qualquer outra matéria prima.
No CTEx, eu tinha 3 advogados assessores jurídicos. Dois deles eram formados na UFRJ.
E finalmente, o último contato com o pessoal da universidade foi no ano passado, durante a campanha eleitoral, onde tivemos aqui em Brasília, de março a outubro/2018, reuniões e palestras com professores doutores da UFGo, UNB, USP, UFMG e UFRJ — estudando e levantando dados, durante 6 meses, que pudessem contribuir para planos de governo, nas áreas de Ciência & Tecnologia e em Educação. Em C&T, as ideias e as pessoas foram aproveitadas, e pode ter certeza, o ministério está fazendo um bom trabalho sob a liderança do astronauta. Infelizmente, as ideias e as pessoas que trabalharam tenazmente em Educação não foram aproveitadas.
Dessa modesta vivência ao longo de 34 anos posso afirmar o seguinte:
(i) em nossas universidades, há ilhas de excelência em boa parte delas;
(ii) em todas elas, ao lado das ilhas de excelência, há arquipélagos de irresponsabilidade funcional, desvios ideológicos e até corrupção — por exemplo, na eleição e nomeação de reitores (7 ou 8 no corrente ano), há descumprimento da legislação; a nomeação do reitor da UFRJ se enquadra na falta de legalidade — com certeza vai dar o que falar, no corrente ano;
(iii) o Brasil é uma das 10 maiores economias do mundo, é uma das 5 maiores populações do mundo que vivem sobre uma das 5 maiores extensões geográficas do mundo;
(iv) as 5 maiores universidades do Brasil estão classificadas no universo mundial daquelas que se classificam de 200ª a 500ª;
(v) se considerar a produtividade científico-tecnológica (ranking TOP 10, da universidade de Leiden, pouco conhecido, mas importantíssimo), a primeira universidade brasileira é a UFSc, que está classificada na posição 710ª; a segunda é a USP e está na posição 780ª — todas as outras estão em situação pior, sendo que, das 69 universidades federais brasileiras, 21 estão entre a 700ª e a 900ª; e as demais 48 universidades nem são consideradas nesse tipo de classificação.
Posso afirmar que antes de 2018, eu achava que a situação das universidades brasileiras era ruim. Depois do contato com os professores doutores das principais universidades, eles me convenceram de que a situação é muito pior do que eu imaginava.
Eu lhe asseguro que não estou generalizando. Os professores doutores das universidades é que tem dados que mostram a situação que estou transmitindo.
Ademais, enviei fotos e vídeos de várias universidades para endereços pessoais. Tive enorme vergonha de postar nas redes das famílias, para acesso coletivo.
Gostaria de poder mencionar que há esperança e otimismo na transformação. Infelizmente, não devo fazer isso. Não devo renunciar à liberdade de praticar a verdade.
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