Gostei do texto Pornografia e política, do Ruy Fabiano,
sobre as manifestações na abertura da Copa do Mundo. O autor apresenta uma visão crítica muito severa dos malfeitos da gestão petista nos últimos anos.
Vi-me estimulado a analisar com cuidado os meus comentários
em A abertura da Copa do Mundo e as ofensas correlatas. Não
tenho dúvidas em inferir que elaborei um texto panfletário. Propositalmente
panfletário, eu diria.
Em rabiscos anteriores, tenho ressaltado que há carência de estadistas e
intelectuais em nosso País. Estes para sinalizar os rumos e aqueles para
implementar o que os estadistas indicaram.
O Congresso Nacional poderia gerar os estadistas. Mas sendo uma filial
da penitenciária da Papuda (afinal, mais de 30% dos parlamentares respondem por
processos em curso na Justiça, que só não se resolvem pelo patrimonialismo
brasileiro metaforizado na ação de nosso Poder Judiciário), candidata-se a
produzir apenas a escória que nos lidera.
Ademais, insisto que precisamos de milhares de Tarsila do Amaral,
Caetano Veloso, Mário de Andrade, Guimarães Rosa e, entre outros, Gilberto
Freyre, de cujo conjunto poderia se sobressair alguém com a estatura requerida
para a dimensão de um país como o Brasil. É preciso gente para produzir ideias
da --- e para --- a nossa realidade.
Onde estão nossos Hegel, Rousseau, Hobes, Goethe, Marx (que
lamentavelmente foi usado para a gestação do nazicomunismo) e Gramsci (este
querendo arranjar a todo custo um sucedâneo leve para o comunismo, podendo pois
ser considerado brilhante mas com uma parte do cérebro deteriorada)? Quem são
eles no Brasil?
Só consigo produzir uns pobres panfletos. É aquela história, não entendo
de rosas, mas admiro-as. Não tenho a dimensão que gostaria, mas enxergo.
Enfim, esta é uma mensagem de lamento. Por minha limitação. Mas
sobretudo por nossa indigência intelectual e pobreza de estadistas.
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