segunda-feira, 30 de abril de 2018

Entrevistas sobre Educação e C&T

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Um dos trabalhos dos alunos e alunas do 9º ano da Escola Leonardo da Vinci, no primeiro semestre do corrente ano, é a realização de um vídeo contendo entrevista com algum profissional de alto nível em gestão pública para tratar dos temas Educação, Ciência & Tecnologia, Saúde e Meio Ambiente.
Foi cogitada a possibilidade de uma entrevista com um possível candidato ao Governo do Distrito Federal ou à Presidência da República. 
Como o tempo disponível para alguém que se propõe a ser candidato em outubro de 2018 é escasso e precioso, considerou-se um plano alternativo — ou plano B — para que um determinado grupo de trabalho pudesse dar cabo da missão.
A seguir, são apresentadas as entrevistas atinentes ao plano B, sobre os temas Educação e Ciência & Tecnologia, respectivamente.

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ENTREVISTA SOBRE O TEMA EDUCAÇÃO

Entrevistadora: ....
Entrevistado: .......


1)  Qual deve ser a prioridade de educação dentre os principais campos da gestão pública no Brasil?
Não deve restar nenhuma dúvida: a educação deve ser considerada a primeira prioridade dentre todos os campos da administração pública, nos três níveis de gestão, isto é, nos níveis federal, estadual e municipal. A educação e a ciência & tecnologia devem ser eleitas as prioridades estratégicas mais importantes do Brasil.

2)  Quais são as medidas a serem adotadas para tornar a escola um local aprazível e o estudo uma atividade atraente para os estudantes?
É inquestionável que os jovens devam ter razões para considerar a escola seu segundo lar, um bom segundo lar, ou seja, um local de acolhimento, alegria, apoio, solução de problemas e conflitos, satisfação de suas aspirações e demandas de encaminhamento satisfatório para a vida futura e busca de realização pessoal e profissional. Entre as medidas requeridas para isso incluem-se as seguintes: 
(1) A gerência da escola deve exercer um papel de conscientização dos professores, estudantes e famílias no sentido de criar uma mentalidade voltada para as metas colimadas, que são: (a) a satisfação de estar na escola, de conviver com o universo dos docentes, da administração e dos próprios colegas; (b) a atração, o gosto e a satisfação dos alunos pelos procedimentos, rotinas, aulas e trabalhos escolares. 
(2) A escola deve prover treinamento periódico dos professores, com ênfase na criação de uma ambiente agradável e alegre. 
(3) Os estudantes devem ter a certeza de que são ouvidos para o encaminhamento das atividades educacionais e de que são atendidos em suas aspirações razoáveis, apropriadamente formuladas e de caráter não contencioso e desagregador. 
(4) As famílias dos estudantes devem ser estimuladas a  participar periodicamente de encontros na escola para receber e atualizar informações sobre as questões coletivas e individuais; e até mesmo para apresentar seus pleitos.

3)  Como tornar a universidade acessível para os estudantes de famílias pobres (brancos, negros, índios, homossexuais e outros), mantendo-se o valor do mérito como mecanismo essencial de progresso e evolução?
O mérito é fundamental em qualquer atividade humana. Então, para a progressão de uma série para outra e para ingresso na universidade, o critério mais importante deve ser a demonstração de capacidade e assim temos a garantia da relevância do mérito. Entretanto, como não raro há a constatação de que os estudantes de famílias pobres tem dificuldades de concorrer com os estudantes de outras origens, é imperioso que as providências para a correção de falhas sejam imediata e inadiavelmente adotadas. Por outro lado, mesmo com a adequada atribuição de relevância e urgência, as medidas corretivas podem ter um tempo elevado de maturação, devem ser previstos e realizados processos de reforço e complementação do processo educacional para equilibrar as oportunidades e assegurar a prevalência do mérito. É inaceitável que a progressão do aluno e o acesso à universidade se submetam a sistemas discriminatórios e que trazem de forma subjacente a institucionalização do preconceito contra os mais desfavorecidos da sociedade.
4)  De acordo com a avaliação do PISA [1], a educação brasileira ocupa uma das piores posições dentre os países membros ou parceiros da OCDE [2]. Quais são as três medidas que devem ser adotadas para melhorar nossa educação?
As medidas para colocar a educação brasileira no patamar do primeiro terço da educação dos demais países são as seguintes:
(1) atribuição da prioridade máxima para os campos da educação e da ciência & tecnologia, em relação aos demais campos da gestão pública;
(2) adoção de medidas para a valorização e treinamento continuado dos professores;
(3) implantação de sistemas de avaliação, correção de aspectos não satisfatórios e complementação do processo educacional para os segmentos menos desfavorecidos da sociedade.
5)  Nos países com elevado nível educacional, os professores são muito valorizados. O que deve ser feito para a valorização dos professores brasileiros?
As providências mais importantes para a valorização dos professores brasileiros incluem:
(1) estabelecimento da retórica e da prioridade para que a profissão de professor se torne a mais valorizada e procurada dentre as profissões e/ou funções do setor público;
(2) adoção de medidas para que a formação do professor na universidade permita ao formando a capacitação para ingresso na mais valorizada dentre as profissões e/ou funções do setor público;
(3) garantia ao professor de treinamento e aperfeiçoamento sistemático e periódico, após o ingresso na carreira;
(4) encaminhamento da profissão de professor para o objetivo de que esteja entre as que melhor remuneram no setor público;
(5) desestímulo e cerceamento das atividades de greve e qualquer outro tipo de paralização das aulas — o que significa que a classe de docentes não precisa se socorrer desse procedimento altamente prejudicial ao processo educacional; e que essa classe terá meios e rotinas apropriados para a realização de pleitos e satisfação de direitos.
6)  De acordo com a avaliação do PISA, a Finlândia, a Polônia, a Coreia do Sul e o Japão se situam entre os países que possuem os melhores sistemas educacionais do mundo. De acordo com notáveis educadores, o sistema educacional da Finlândia prima por procedimentos e atitudes democráticas e voluntárias por parte de gestores, professores e alunos no âmbito do processo educacional. A Coreia do Sul e o Japão contemplam também procedimentos e atitudes que privilegiam a imposição e autoritarismo no processo educacional. A Polônia estaria em um nível intermediário. Qual a referência que os dirigentes políticos devem indicar para a gestão e execução dos processos educacionais no Brasil, um país com realidades diferenciadas e enormes deficiências em educação?
Os responsáveis pela educação no Governo Federal devem estudar os sistemas educacionais considerados melhores no mundo; devem estudar o sistema brasileiro em profundidade; devem atribuir ênfase para as experiências brasileiras bem sucedidas nas escolas públicas e nas escolas do setor privado; e devem consultar os mais capacitados especialistas e intelectuais brasileiros sobre as mazelas do sistema brasileiro. Em seguida devem formular e propor solução que seja adequada e viável para a nossa realidade, levando em conta a grande diversidade de ambientes dos alunos, de origem familiar e das escolas existentes. Evidentemente, a orientação primacial para os citados estudiosos é que deve haver uma solução brasileira, baseada na realidade e diversidade brasileiras, levando em conta os aspectos positivos dos demais países que sejam aplicáveis em nosso país. Não pode ser aceito cópia de qualquer país uma vez que o que deu certo, por exemplo, na Finlândia, Polônia, Coreia do Sul e Japão, na maioria das vezes, não é aplicável à cultura brasileira. Sintetizando, as referências para a transformação do sistema educacional brasileiro são:
(1) as características fundamentais da  realidade brasileira com interesse para a educação (história, geografia, demografia, cultura, economia, diversidades regionais);
(2) as experiências brasileiras bem sucedidas nas escolas públicas e nas escolas do setor privado — com certeza, elas existem;
(2) as opiniões classificadas de especialistas, intelectuais e educadores brasileiros de notável saber no campo educacional;
(3) as experiências de outros países cuidadosamente selecionadas e com grande potencial de adaptação ao sistema educacional brasileiro — impedindo-se a simples cópia de processos educacionais estrangeiros.

7)  O que é preciso fazer, a partir das escolas e da orientação transmitida pelos professores, para evitar o preconceito contra as mulheres, negros e gays?
Muito obrigado, por essa pergunta oportuna e esclarecedora; e pela oportunidade para que eu possa revelar as visões e percepções sobre esse tema relevante para cada cidadão, individualmente; e para a sociedade, como um todo.
A mulher deve ter respeito, importância e direitos da mesma forma que os homens. Nesse sentido, elas podem ser excelentes empresárias, gestoras educacionais, políticas, profissionais liberais, donas de casa ou quaisquer outras atividades possíveis para os seres pensantes. E com a parceria dos homens ela pode ser mãe — somente ela tem essa faculdade virtuosa —, com a enorme responsabilidade de permitir a existência de descendentes e, por via de consequência, a preservação da espécie humana. Nenhuma cidadã pode ser privada de algum direito, prerrogativa ou possibilidade de atuação pelo fato de ser mulher.
Igualdade de oportunidades para os negros, para os índios e quaisquer outros segmentos, sob a prevalência do mérito, é indicação de civilidade, cidadania plena e conquista civilizatória. Assim, os processos institucionais devem possibilitar a identificação dos talentos e das tendências que movem cada cidadão para atingir a realização pessoal. Então, deve ser meta inalienável que tenhamos milhares de negões e negonas talentosos — belos e feios, magros e gordos, altos e baixos, ou em qualquer situação intermediária —, alçados à condição de reitores de universidade, pesquisadores líderes, políticos, empresários em geral, repórteres em geral, proprietários de redes de jornal, rádio e televisão — para citar apenas uma amostra do universo de profissões e funções —, em igualdade de aspirações e oportunidades com os portadores de outros tipos de epiderme.
No atinente aos gays, quantos temos no Brasil? Cinco por cento, dez por cento da população? Dez milhões ou vinte milhões de pessoas? Imaginem a metade adulta dessa amostra vivendo feliz, produtiva e espalhando alegria, equilíbrio e sensatez pelos ambientes disponíveis! É inquestionável que cada um possa fazer o que quiser entre as quatro paredes do quarto, com a porta fechada; ou dentro da casa, com as portas externas e todas as cortinas e persianas adequadamente cerradas. Nessas situações, não importa com quem cada um quer se relacionar afetivamente, onde quer fazê-lo, se em cima do armário ou dentro do armário; em cima da pia da cozinha ou debaixo da pia; sobre o colchão ou sob a cama. Evidentemente que — estando, por exemplo, nas proximidades de uma escola fundamental — se querem preparar um quitute sobre a pia da cozinha, com um enorme ruído, e com uma particularidade que agrida o convívio social; e no intervalo os alunos exerçam a natural curiosidade juvenil e se dirijam para as proximidades da janela, para observar a cena inusitada, é imperioso que a direção da escola e os funcionários da vigilância exerçam a ação serenamente repressora e os convoque para retornar para as salas de aula imediatamente; e instem os infratores para se explicarem na delegacia mais próxima. Mas vejam que esse tipo de contravenção — enfatize-se com pertinácia — deve ser reprimida para “née-gays” e “não-gays”. Isso não depende de opção afetiva.
Sintetizando, as escolas, os diretores, os coordenadores, os supervisores educacionais, os funcionários da administração e os professores devem ser orientados para que, paralelamente às aulas de cada disciplina — que devem ser ministradas com rigor —, aproveitem todas as oportunidades para transmitir aos alunos os valores fundamentais da sociedade, aí incluídos o respeito a todos os integrantes do espectro de estudantes e da comunidade a que cada um pertence; e a necessidade de adesão a uma atitude de abandono de qualquer ideia de preconceito pelo tipo de sexo (masculino ou feminino); cor da pele; estrato social, cultural ou financeiro; opção sexual ou qualquer outra diversidade humana. Em particular, não importa se o estudante ou qualquer cidadão é “née gay”, "negão" ou "não gay"; todos devem usufruir do respeito, da importância e do exercício de direitos de forma ponderada, justa e decente; e de forma a estar em consonância com a harmonia e o equilíbrio social. Essa é a contribuição essencial que os processos educacionais e, em especial, os professores podem oferecer para a eliminação de preconceitos de quaisquer natureza.

8) Como é do seu conhecimento, o Sr. FHC comentou publicamente que há pré-candidato à Presidência que não tem ideias. De sua perspectiva como alguém que não tem ideias pode conduzir a política educacional de um país? 
De fato, o Sr. FHC — que gosta de tratar de questões para as quais não recebeu investidura — referindo-se ao senhor Jair Bolsonaro, afirmou que há pré-candidato sem ideias. Interessante esse senhor! Passou 8 anos na Presidência da República; não realizou o que, como suposto intelectual, deveria fazer no setor de educação; e contribuiu para ser substituído por quem agora está encarcerado por corrupção. 
Ademais, o Sr. FHC deixou esse país grandioso chamado Brasil com as seguintes caraterísticas:
(1) está mergulhado  no maior escândalo de corrupção da história da Humanidade (por isso seu substituto está encarcerado); 
(2) possui um dos piores sistemas educacionais dentre os 70 países mais organizados do mundo (referência: PISA / OCDE) — senhora jornalista, cidadã e como tal educadora, a senhora entendeu bem essa asserção: um dos piores sistemas educacionais, conforme avaliações consagradas no mundo, sucessivamente, em 2000, 2003, 2006, 2009, 2012 e 2015; 
(3) apresenta sistema de saúde pública tão indigente que nenhum dos 3 ex-presidentes, a partir dele, Sr. FHC, ousa ou arrisca buscar tratamento para si próprio ou para alguém da família;
(4) condena seus cidadãos a sistemas de saneamento básico precários ou inexistentes, para mais da metade da população; 
(5) possui índices de criminalidade alarmantes, com muitos exemplos da mais hedionda barbárie;
(6) dispõe de um sistema de transporte que, por indigência, retira uma enorme quantidade de recursos que poderiam ser empregados em atividades vitais;
(7) apresenta uma enorme densidade de ódio —  resultante de escabroso estímulo de autoridades e agremiações políticas — entre segmentos sociais diversos.
O que o Sr. FHC precisa entender é que ideias não são como fumaça, que alguns defendem que seja impunemente liberada. Acho até que ele tem razão: é dificílimo ter ideias suficientes para corrigir a herança maldita que ele e seus sucessores deixaram; e vou além, saio do “achismo”, afirmando que, com certeza, ele tem razão: especialmente na área de educação, é uma tarefa hercúlea ter ideias para colocar nos eixos a Educação brasileira herdada dos governos do PSDB e do PT.
Nesse sentido, conhecer e agir é imperioso para habilitar a consciência de que o Brasil é um país rico em recursos humanos, em recursos naturais e, por isso, basta mobilizá-los adequadamente. É possível colocar o País no patamar que seus cidadãos merecem, prescindindo de atitudes e procedimentos abomináveis.
Pensar e atuar é indispensável para carrear esforços prioritariamentepara Educação e Ciência & Tecnologia; e subsequentemente para Saúde, Saneamento, Segurança e Transportes, mercê do emprego dos melhores talentosde cada campo mencionado e dos demais; e que  sejam intransigentes com o compromisso com a decência, a éticae, como corolário, com a absoluta incorruptibilidade.
Saber e diligenciar é imprescindível para eliminar a herança ideológica que tem permeado os setores da administração pública brasileira. E como consequência impedir que os setores culturais, a intelectualidade, a mídia e outros vetores fundamentais estejam a serviço de práticas e ideologias hediondas — com ênfase mais expressiva para os ‘primos siameses’, comunismo e nazismo — que naufragaram em todo o mundo, porém continuam intoxicando e contaminando especialmente a juventude brasileira, nas escolas de ensino fundamental e médio e nas universidades.
Enfim, ser, pensar, saber, conhecer, agir, diligenciar e atuar, para urgentemente voltar o Brasil para a direção que a sociedade requer e merece. Sem esquecer jamais que a Verdade, a Liberdade e a Coragem são o sustentáculo da Democracia brasileira —  da qual se espera que resulte em harmonia, bem estar, equilíbrio, solidariedade, generosidade, igualdade de oportunidades, evolução educacional, acesso profissional, constituição familiar, participação política e progresso para todos, independentemente de origem, raça, cor, preferência afetiva, credo e pensamento político. É isso que os cidadãos aspiram, sonham e, com a liderança escolhida e o esforço coletivo, se propõem a concretizar. Brasil Acima de Tudo! Deus Acima de Todos!

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[1]  PISA – Programme for International Student Assessment (Programa Internacional de Avaliação de Estudantes)— É uma rede mundial de avaliação de desempenho escolar, realizado pela primeira vez em 200 e repetido a cada três anos.

[2]  OCDE – Organização para a Cooperação e Desenvolvimento Econômico— É uma organização internacional composta de 35 países-membros que aceitam os princípios da democracia representativa e da economia de mercado, que procura fornecer uma plataforma para comparar políticas econômicas, solucionar problemas comuns e coordenar políticas domésticas e internacionais. Além dos países-membros, há cerca de 40 países considerados parceiros-chaves ou não-membros. O Brasil é um parceiro-chave que formalizou a solicitação de entrada na organização em 2017.




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ENTREVISTA SOBRE O TEMA CIÊNCIA & TECNOLOGIA

1)  Como a tecnologia pode contribuir para melhorar a educação no Brasil?
Inicialmente, devemos ressaltar que, para a educação, a tecnologia não é um fim, é um meio. Um meio importantíssimo — com fulcro no computador e nas comunicações via Internet — do qual podem ser considerados duas consequências: (i) pode contribuir para que os alunos ampliem o interesse pelos assuntos que estão sendo ministrados, evitando-se a falta de concentração e o desinteresse; (ii) vai ampliar a possibilidade de o professor transmitir informações, ilustrar as aulas e ter sempre à disposição bibliotecas, filmotecas, notícias de todo o planeta em tempo real. 
2)  O que as escolas de ensino fundamental devem fazer para estimular os estudantes a se interessarem pelo estudo, pesquisa & desenvolvimento de novas tecnologias?
Associar às matérias como matemática, física, química e biologia trabalhos de laboratório e de campo que despertem a curiosidade e estimulem os alunos a pensar e dar soluções para problemas práticos, em laboratório e fora da escola. Por exemplo: o estudo e a construção de robôs, de foguetes, no campo da física; a obtenção de novos compostos a partir de moléculas mais simples, no campo da química; o plantio de vegetais e avaliação do processo de crescimento, no campo da biologia. A visita a feiras com viés nitidamente tecnológicos e a apresentação de filmes associados com a P&D de novas tecnologias são também mecanismos importantes para o estímulo dos estudantes. 
3)  Se um jovem desenvolver um robô ou um programa gerador de jogos computacionais, o que ele deve fazer para industrializar e comercializar seu invento?
Como ponto de partida, é preciso que o governo adote medidas para a identificação de novos talentos bem como o estímulo por intermédio das escolas e do parque industrial para o acolhimento de ideias tecnológicas que possam impactar a sociedade e o meio industrial. O jovem que conseguiu desenvolver algum equipamento ou sistema computacional deve (i) verificar se as leis vigentes permitem a obtenção de patente para seu invento — caso positivo, deve elaborar o processo e solicitar a patente; (ii) entrar em contato com o Ministério da C&T para obter a orientação relativa aos incentivos existentes; (iii) mercê das informações obtidas, devem entrar em contato com as empresas que produzem aquele tipo de equipamento para negociar a venda de seu pacote tecnológico.
4)  Por que o Brasil tem que importar qualquer equipamento intensivo em tecnologia, como veículos autônomos, veículos com energia elétrica, “smartphones”, “tablets” e instrumentos eletrônicos de diagnóstico médico?
Porque ainda não atingimos o nível de evolução e desenvolvimento requerido e portanto não somos um país e uma comunidade que tenham a vocação, condições econômicas e base industrial que permita competir com os países onde estas condicionantes estão presentes. Por essa razão, é imperioso que o governo adote urgentemente a instituição da Educação e C&T como prioridades estratégicas mais importante do país.
5)  Que medidas devem ser adotadas para o estímulo e fomento da pesquisa & desenvolvimento de novas tecnologias no Brasil?
(1) Estímulo normativo e econômico-financeiro para que as universidades e os centros de pesquisa tenham na Pesquisa & Desenvolvimento a vertente principal do trabalho de educação, especialmente nos cursos de pós-graduação.
(2) Estímulo à pós-graduação no exterior para os concludentes de graduação que demonstrarem talento e vocação para a pesquisa; sendo que os trabalhos desenvolvidos devem estar inseridos nas prioridades estabelecidas em conjunto entre governo, universidade e empresas.
(3) Estímulo e até mesmo a obrigatoriedade de parcerias entre universidades e empresas.
(4) Estímulo e fomento da inovação para as empresas genuinamente nacionais e também para as estrangeiras radicadas no Brasil.
(5) Estabelecimento mecanismos de premiação das indústrias inovadoras.

(6) Incentivo para que as instituições públicas sejam contempladas com vantagens no caso de aquisição de produtos nacionais produzidos por empresas de propriedade de nacionais.

quarta-feira, 25 de abril de 2018

Do porrete ao Facebook

"O lavrador diligente conhece

o caminho do arado."
Estamos vivendo a era da tecnologia, da informação e do conhecimento; impulsionados obviamente pela educação, pela cultura e pela ciência & tecnologia. Poder-se-ia identificar o primeiro passo tecnológico do ser humano. Ele foi dado no momento em que, adquirindo a consciência da lógica e da razão, tendo já conquistado a condição de bípede, o ser ampliou a humanização ao descobrir o porrete. Não exatamente o porrete, mas a faculdade de utilizar o porrete para afastar seu oponente, para lutar pela alimentação, para conquistar seu espaço vital.
As conquistas prosseguiram, lentas e impactantes, ampliando-se cada vez mais e agregando capacidade de transformação. Outro marco fundamental nessa sucessão inexorável de eventos essenciais foi a descoberta do arco e flecha. Enfim, não seria difícil alinhavar os 100 marcos fundamentais da evolução humana — um modismo que atinge as áreas da literatura, da pintura, do cinema e de várias outras atividades do animal pensador. Afora entediante, essa tarefa não agregaria valor a estas notas. Basta dar um enorme salto e mencionar mais dois entre tantos outros marcos —  a invenção da pólvora, pelos chineses, provavelmente, antes do século VI d. C. (sendo seu uso militar, iniciado no século X, pelos chineses e posteriormente, espalhado para o Japão e para a Europa); e a invenção do transistor (transfer resistor), em 1947, pelos americanos Shockley, Bardeen e Brattain.
Com a disponibilidade desse minúsculo hardware, ora condutor ora inibidor de energia, a eletrônica possibilitou então uma completa revolução das práticas humanas, com relevo surpreendente e essencial das comunicações. O Facebook é um resultado emblemático dessa extraordinária evolução. A força da plataforma Facebook na possibilidade de caracterização e exposição de vontades, decisões e ações humanas é grandiosa, notadamente porque, na atualidade, atinge algo próximo de dois bilhões de indivíduos. O empoderamento do veículo e das pessoas que o operam chegou a um patamar que passou a exigir mecanismos de controle antes impensáveis.
Por pressão da mídia, dos políticos e dos cidadãos, Mark Zuckerberg, o criador do Facebook, se viu pressionado a tal ponto que não conseguiu impedir a proposição de mecanismos, que além de funcionarem como controlador da transmissão de dados, operem como inibidores daquilo que contribui para gestar a desarmonia pessoal ou institucional. Nesse sentido, centenas de propostas, reunidas em uma única regulamentação, buscam livrar o ser humano dos aspectos negativos, com potencial para prejudicar em lugar de beneficiá-lo.
Uma das medidas ora propostas é bizarra e risível. A partir de agora, não é mais possível expor através do Facebook a região glútea, inserida na imagem humana da forma como a natureza a concebeu e produziu, isto é, completamente desnuda. Se a imagem dessa região for desconectada de seu posicionamento natural e for agregada a outra parte do corpo humano ou a outro ambiente que não seja a localização natural, aí ela pode ser apresentada no Facebook.
Não raro, há usuários que desconhecem o significado de região glútea. Então, é forçoso explicar com clareza o que a expressão significa. Região glútea é a porção dupla do corpo humano, situada na região média de seu perfil vertical e que pode ter a forma aproximadamente esférica, elíptica ou até mesmo meio parabólica; podendo ter ou não simetria em relação ao eixo central do corpo. A forma popular ou vulgar é evitada nos textos elaborados em linguagem oficial. Uma indagação curiosa é como os estrangeiros  — desobrigados da correção vernacular e de preocupações com a norma culta ao se comunicarem em português — expressá-la-iam. O alemão diria bünden; o americano, boondah; o francês, bindá; o polonês, bundovitch; o russo, bundovsky; e assim por diante.

Escrevendo-se o que foi escrito, requer-se que o texto seja encerrado. E que o seja! O genial Zuckerberg tem andado em apuros para enfrentar as pressões, sobretudo políticas, sobre o Facebook; especialmente, as oriundas dos poderes de repúblicas a quem a liberdade conferida pelas redes de interações incomoda, desafia e intimida. Independentemente das mazelas do criador do Facebook, a educação e a ciência & tecnologia, cuja gênese remonta ao início da utilização do porrete, precisam ser elevadas à prioridade estratégica fundamental do povo brasileiro.  Com a palavra os candidatos à presidência da República em outubro de 2018 — que eles expressem visão e compromisso com essa ideia transformadora. Depois, é imprescindível que o eleito aja como estadista, tenha a percepção requerida e a transforme em decisão, concepção e ação.