terça-feira, 29 de maio de 2018

Direções estratégicas do Brasil

Na condição de presidente da República, eleito pelo Partido dos Trabalhadores em 2003, depois de conceber os projetos do Mensalão e do Petrolão, e de solicitar a amigos que lhe emprestassem um apartamento em Guarujá e um sítio em Atibaia, para utilização após a saída do governo, o senhor Luís Lula da Silva escolheu a senhora Dilma Vana Roussef para candidata a sua sucessão no cargo máximo do País. Atualmente, em face da condenação na Justiça Federal por corrupção e outros crimes, o senhor Lula está residindo no cárcere da Polícia Federal em Curitiba.
Que credenciais levaram à escolha da senhora Roussef? Na juventude, ela integrara grupo armado que se opunha ao regime implantado em 1964 e, direta ou indiretamente, participara da operação que causou a  explosão no quartel general do IIo. Exército em São Paulo, daí resultando a morte brutal do soldado Mário Kozel Filho. Na maturidade, como ministra de Estado do governo do PT e presidente do Conselho de Administração da Petrobras, autorizara a compra da refinaria de Pasadena nos Estados Unidos, com prejuízo bilionário — dando início ao processo de dilapidação da maior e mais importante empresa brasileira.
A senhora Roussef escolheu o senhor Michel Temer para candidato ao cargo de vice-presidente da República. A vitória da chapa petista-peemedebista comprovou para o PT o acerto da escolha. O senhor Temer se mostrou correligionário agregador e com as qualificações requeridas pela agremiação política vencedora. Por via de consequência, no momento da formação da chapa para a possível reeleição, a senhora Roussef não hesitou e manteve o seu dileto e eficaz companheiro na condição de candidato à reeleição para vice-presidente da República.
As credenciais já citadas levaram a senhora Roussef a um dos maiores desastres administrativo e político da história do Brasil. Seu governo deu continuidade à corrupção, má gestão e descalabro herdado de seu antecessor e potencializado por sua excepcional indigência política. Assistimos em consequência ao processo de impeachment da presidente e sua substituição pelo vice-presidente Temer. Nada anormal, nenhuma surpresa. O político considerado um dos melhores da República pelo PT, eleito pelos petistas e demais partidos da corrente política majoritária, assumiu o comando do País. Assim determinaram os petistas, assim dispõe a Constituição, assim é concebida a democracia. Não mergulhemos no engodo, essa solução é da lavra do PT e de seus apaniguados. Os demais brasileiros não têm culpa disso.
Muitos cidadãos sonharam que o desastre petista tinha chegado a bom termo. Ledo engano. O desastre apenas teve prosseguimento. A concepção engendrada pelo PT teve uma eficiência e eficácia inimaginável. Afinal, o PMDB, partido do senhor Temer, esteve mergulhado em grandes escândalos de corrupção, especialmente, no Mensalão e no Petrolão. Assim, era previsível — mas nem tanto assim — que o senhor Temer estivesse enredado em coisas mal odorosas. Nesse sentido, logo após a investidura no cargo, ao invés de dirigir suas energias para governar, o novo presidente teve que empregar enorme esforço e capital político para impedir, no Congresso Nacional, que as acusações prosperassem. Assim, a duras penas, o senhor Temer conquistou apoio no Parlamento para barrar dois processos que transitaram no Supremo Tribunal Federal.
Uma comparação interessante é entre atores e políticos. Ora, a essência dos atores é a representação; vale dizer, ser o que não é. Mas qual é a essência dos políticos? Não raro, os espécimens brasileiros atuam como se estivessem no palco, sendo o personagem escolhido ao sabor da marola e do vento. Eles atuam representam de acordo com as circunstâncias, com o ambiente e com as metas conjunturais colimadas, esquecendo-se que a flexibilidade do agir não deve prescindir dos valores, aí incluídos os valores fundamentais da nacionalidade. Ser ou não ser? Os políticos brasileiros deixariam o bardo inquieto e desafortunado.
          Retomando o fio do novelo, é imperioso mencionar que o processo iniciado no Brasil, a partir do Maranhão, em 1985, chegou próximo ao paroxismo com a crise desencadeada pelos caminhoneiros, neste ano de 2018. O governo Temer está se esvaindo. Constata-se que o nível de fraqueza é tal que as medidas de seu gabinete de crise apresentam uma eficácia rastejante — nada contra as cobras que são perigosíssimas e portanto eficazes. No bojo da crise dos caminhões, avolumaram-se problemas nas áreas de transporte, saúde, educação, indústria, alimentação, para citar apenas algumas mais relevantes. Uma meta colimada pela maioria dos brasileiros — chegar à eleição de outubro de 2018, com um governo claudicante, mas equilibrando-se mesmo instavelmente — está em risco.
Espera-se que os operadores da gestão pública — notadamente as autoridades com responsabilidades maiores —, os candidatos a cargos públicos de todas as correntes e todos os demais cidadãos de boa fé tenham juízo, equilíbrio e sensatez para que a travessia seja completada. Urge que uma nova administração assuma os destinos do país. Claro, eleita pela voto popular, sob a égide da verdade, liberdade, coragem e ética. Então, cabe uma indagação, em realidade, uma síntese de dezenas de indagações.
Qual é o candidato que possui o perfil, a estatura e a qualificação para, tornando-se presidente, mobilizar uma equipe governamental, bem como o conjunto de todos os brasileiros, consentâneos com direções estratégicas de governo razoáveis e essenciais? Algumas dentre as principais direções são elencadas a seguir.

[1] Combate à corrupção e aos males correlatos que impactam, prejudicam, atrasam e conspurcam a realidade brasileira e envergonham os cidadãos, com ênfase para total apoio e ampliação da Operação Lava-Jato — mercê de passado e trajetória incorruptível do candidato.
[2] Acolhimento e patrocínio de todas as propostas de lei formuladas por um contingente igual ou maior do que cinco milhões de cidadãos.
[3] Estabelecimento de relações internacionais, com a prevalência dos interesses brasileiros e com o abandono de práticas favoráveis a regimes ditatoriais de quaisquer origem político-ideológica e de quaisquer continentes — evitando-se sobretudo o fomento econômico daqueles que representarem risco para empresas, instituições públicas e, numa perspectiva mais ampla, para o estado brasileiro.  
[4] Possibilidade de fomentar o crescimento do país em taxa mínima equivalente à 3,5% ao ano — o que significa um ponto percentual acima da taxa média de crescimento, tendo como referência o ano de 2016, da Argentina, México, África do Sul, Turquia, Índia e Rússia. 
Dados disponíveis de 2016: Brasil = (–) 3,6; Argentina = (–) 2,2; África do Sul = 0,3; Índia = 7,2; México = 2,3; Rússia = (–) 0,2; Turquia = 3,2 [1].
[5] Aumento do IDH (grau de escolaridade, renda e nível de saúde) brasileiro para 0,800, com a possibilidade de, em uma administração subsequente, esse índice aumentar para 0,850
Dados disponíveis apontam: Brasil, em 2015 – 0,754; Noruega - 0,949, Austrália,  Suíça, Alemanha, Dinamarca, os cinco primeiros, em 2015 – de 0,949 a 0,925, respectivamente [2].
[6] Redução da taxa de mortalidade infantil para 8 mortes / 1000 nascidos, com a possibilidade de em uma administração subsequente esse índice cair para 4 mortes / 1000 nascidos, bem como as demais medidas urgentes para a melhoria das condições de saúde dos brasileiros. 
Dados disponíveis de 2015 apontam: Brasil – 13,8 mortes / 1000 nascidos; Finlândia, Islândia, Japão, Noruega, Suécia – 3 mortes / 1000 nascidos [3].
[7] Consciência  e vontade e política para adotar a Educação e a Ciência & Tecnologia & Inovação como prioridades estratégicas fundamentais em detrimento de todas as demais [ou de forma estratégica, em favor de todas as demais], à exceção de saúde, com medidas urgentes e emergenciais, no curto prazo, e com sustentabilidade e durabilidade para que o processo transformador prossiga em médio e longo prazos — almejando elevar a colocação do Brasil na avaliação do PISA, da OCDE, de 65º. para 40º. colocado, com sustentabilidade e possibilidade de, em uma administração subsequente, esse posicionamento ser melhorado para a 30ª. Colocação. Dois aspectos pouco lembrados:
       # ensino profissionalizante; e
       # investimento em ensino superior em universidade
          pública (com acesso dos mais abastados) em  
          detrimento do investimento no ensino fundamental e
          médio.
[8] Provisão de saneamento básico para pelo menos 75% da população brasileira, com a possibilidade de, em uma administração subsequente, esse percentual ser aumentado para 90%.
Dados disponíveis mostram que cerca de 49% da população brasileira dispõem de tratamento de esgoto em suas residências. Então, mais de 100 milhões não vivem de acordo com os padrões mínimos de saneamento aceitáveis [4].
[9] Estruturação de 10 campos prioritários para pesquisa & desenvolvimento & inovação, incluindo os campos da nanotecnologia, carbono, grafeno, nióbio etc; a pesquisa de fontes de energia renováveis; a pesquisa de assuntos específicos da região amazônica, entre outros.
[10] Estabelecimento de prioridades para pesquisas tecnológicas voltadas para a Agricultura, notadamente nos campos da nanotecnologia e biotecnologia, de tal sorte que o Brasil se mantenha na vanguarda da produção e exportação de produtos agropecuários, especialmente quando os demais países conquistarem os meios científicos-tecnológicos para ameaçar a liderança brasileira.
[11] Atuação decisiva e urgente no crítico e gravíssimo estado dos transportes no Brasil, alterando a matriz das vias de transporte e equilibrando-a com o acréscimo de ferrovias; e com o ajuste de modais — à semelhança do que foi feito por todos os países de dimensões continentais.
Dados disponíveis mostram a seguinte matriz energética brasileira: rodoviário – 62,8%; ferroviário – 21,0%; aquaviário – 12,6%; dutoviário – 3,6% [5].
[12] Adoção de medidas para a correção dos urgentes e emergenciais problemas da segurança pública brasileira, nas seguintes vertentes:
# a adoção de leis mais rígidas para os delinquentes de crimes hediondos; 
# a adoção de procedimentos que impeçam, na penitenciária, o contato pessoal de criminosos com os visitante, seja amigo, familiar ou advogado (esse contato deve ser feito por telefone e com barreira de vidro); 
# a redução da maioridade penal para crimes hediondos;
# a extinção de medidas de redução e mitigação da pena de criminosos hediondos;
# a melhoria da formação e treinamento continuado dos policiais civis e militares; e
# a proteção dos policiais civis e militares no exercício funcional. 
[13] Comprometimento com a mudança e a transformação; com a práxis administrativa e política integralmente submetida aos ditames da justiça e da ética; com a imperiosa entrega à missão de retirar o Brasil do atoleiro em que foi jogado pela crise de origem moral e de consequências políticas, econômicas e sociais inimagináveis e como corolário insuportáveis pela sociedade.
Dentro de uma perspectiva realista e lógica, alicerçada na razão e na verdade, apenas um candidato satisfaz as condições para empreender a urgente, ingente e momentosa tarefa: JMB. Os Brasileiros querem, podem, exigem e merecem.

segunda-feira, 28 de maio de 2018

Silogismo do destino dos políticos.

        Se a democracia é o regime resultante das leis e do consenso; se as leis precisam ser avaliadas e ajustadas para resgatar a eficiência, a efetividade e a eficácia correlatas; e se o consenso deve ser obtido sem traumas; então, elejamos em outubro os políticos honestos e proponhamos que os outros migrem para Curitiba, pois o “capu di tutti capi” não merece ficar sozinho na “Minha Casa Minha Vida” que arquitetou.

        Lógica do silogismo. Ao alicerçar-se no programa Minha Casa Minha Vida para arquitetar o apoio dos usuários, faça-o ancorado na moral e na ética que torne prescindível o uso de uma das casas arquitetadas. Ou, com um mínimo de elegância, a intenção e a ação jamais podem estar desvinculadas da nobreza e da virtude.

sábado, 26 de maio de 2018

O nome do candidato dos brasileiros

Ontem, num programa da Globo News, o senhor Demétrio Magnolli asseverou que “o ‘outsider’ de hoje, Bolsonaro, é incapaz de vencer em uma reta final. Então, ele é o adversário ideal para todos os outros candidatos. Quem foi para o segundo turno com Bolsonaro será presidente do Brasil”
Hoje, em no artigo ‘O nome do candidato de Lula’, no Corrreio Braziliense, o senhor Magnoli afirma que “o ‘outsider’ de hoje (Bolsonaro) é um extremista sombrio, incapaz de triunfar na reta de chegada.”
Deixemos de lado a primeira constatação, na Globo News. Fiquemos com a indigência subsequente, a questão sombria, definindo seu significado.
Acho-me sombrio; sombrio, eu sou. Olho-me no espelho e vejo o rosto resultante da origem nordestina, fertilizado que fui com nutriente de mandacaru. Então, sou tentado a atribuir minha característica sombria a outrem. Não o faço. Envergonho-me, constranjo-me. Minha integridade não permite. A minha vontade dá e passa. Comigo sim, não, sim; com o senhor Magnoli, não, sim, não, respectivamente. Ordenar as proposições de forma adequada retira a satisfação de pensar.
Sombria pode ser a sociedade brasileira caso se deixe influenciar por formadores de opinião que preferem analisar a eleição presidencial brasileira vindoura à luz do pseudo candidato que está enjaulado na planície fria do sul do país por liderá-lo (sic) na maior roubalheira que se tem notícia desde os tempos bíblicos. No citado artigo, mais da metade do espaço é ocupado por asserções atinentes aos pacientes que foram convidados a refletir no cárcere de Curitiba.
Sombrios são os cidadãos tupiniquins que podem se submeter às formulações intelectuais de quem está com o retrovisor embaçado e dirigido para a retaguarda (até porque quem adota o retrovisor como metáfora da possibilidade de pensar não tem alternativa) e envolvido na cegueira que impede a visualização do planalto que se descortina na vanguarda, impactado pelas evoluções decorrentes das revoluções científico-tecnológicas.
Sombrios são os telespectadores e leitores que assistem e lêem a tentativa incoerente, ineficaz e destituída de lógica, razão e ética de emplacar alguém para se contrapor ao candidato que percebeu com maior argúcia as demandas maiores da população. Por oportuno, duas indagações triviais impõem-se. Não é veraz o balão de ensaio de fazer de político do nordeste, terra de magníficos e bravos, um herdeiro que seja capaz de "mudar tudo para deixar tudo como dantes", à semelhança do que ocorrera em “O Leopardo” concebido por quem vem das planuras de Lampedusa, um século e meio atrás? Não seria o caso de dizer-lhe que pelo menos tente um líder à altura do que os valorosos nordestinos merecem?
O senhor Magnoli não é sombrio nessa história. Afinal, ele deve ter a língua e os neurônios submetidos a polimento que os deixaram iluminados, cristalinos e maravilhosos. Platão em suas andanças à procura de jovens — e ele não pode ser condenado por essa virtude —, ao encontrá-los dizia-lhes que Sócrates alertara que para estar na dianteira do universo, para ver, observar, constatar, interpretar e inferir sobre suas essências, é imperioso polir a língua e os neurônios; mas que ficasse bem entendido que apenas uns poucos poderiam fazê-lo. Só os melhores poderiam se submeter ao processo sem correr o risco de danificar as funções orgânicas e prejudicar as faculdades vitais de metabolizar as fontes de energia e potencializar as fontes de ideias. As coisas gregas ora citadas, eu as invento; não são encontradas na literatura; mas invento porque são razoáveis. Será que o senhor Magnoli analisou o risco?
A única vantagem da existência de intelectuais como o senhor Magnoli é a certeza de que assistindo-o e ouvindo-o, o eleitor pode fazer sua opção com garantia e segurança. É só escolher quem ele condena. 
“O essencial é invisível aos olhos”, asseverara Antoine de Saint-Exupéry, a quem Pierre Clostermann considerava um traidor — Clostermann nascera no Brasil e, aos 24 anos, tornara-se o maior herói da Força Aérea Francesa de todos os tempos, com 400 missões aéreas de guerra e 33 aeronaves nazistas abatidas. Recordando os ensinamentos de Platão, vê-se que o essencial plenamente visível, sem qualquer infidelidade, é a demanda dos cidadãos, contribuintes e eleitores em busca de harmonia e equilíbrio que lhe foram conspurcados pela quebra de paradigmas essenciais —  verdade, liberdade, ética e coragem, como atributos fundamentais da democracia — e que podem ser resgatados com a eleição de Bolsonaro.
Afinal, Bolsonaro sabe que basta dar prioridade total para Educação e Ciência & Tecnologia — as ações nesses dois campos são urgentes e emergenciais, ou seja, se estiver pegando fogo no prédio de uma reunião presidencial, ainda assim, o primeiro assunto será Educação e C&T, o segundo será prosseguir a reunião em outro prédio —  para que seu governo ocasione não apenas a mudança e a transformação requeridas, mas a revolução que colocará o povo brasileiro entre os povos com melhor qualidade de vida dentro de 60 anos. Claro, as medidas em Educação e C&T devem ser prioritárias, duráveis, sustentáveis, colimadas e geridas pelos melhores talentos disponíveis e devem, no governo dele, conquistar um ponto de não retorno.

domingo, 20 de maio de 2018

Nós também temos heróis [*]

Quando uma amiga francesa me disse que tinha visto uma placa alusiva à participação dos brasileiros na Primeira Guerra Mundial no jardim do Hôpital de Vaugirard em Paris, franzi a testa e a corrigi com um sorriso condescendente: “Segunda Guerra”. Ela me sorriu de volta: “Não, Primeira. Me lembro de ter visto as datas 1914-1918. Tenho certeza.”
Oi? Como assim? Nós não participamos da Primeira Guerra Mundial! Ou participamos? Vasculhei todos os cantos da minha memória procurando uma referência sobre isso e não encontrei nenhuma. Só encontrei o sorriso dela de certeza absoluta. Constrangida com minha ignorância, me fingi de morta mas registrei mentalmente que ia checar aquela informação.
Foi assim que desci na estação de metrô Convention (linha 12) e fui caminhando pela rue Vaugirad em direção à Porte de Versailles. Cinco minutos de caminhada e cheguei ao Jardim do Hôpital de Vaugirard. O lugar é um pequeno oásis verde com uma longa alameda ladeada por gramados verdinhos, muitos bancos e árvores. Flanei pelo lugar à procura da placa e depois de alguns minutos eu a encontrei. Sim, lá estava ela. Meu francês é bem ‘meia-boca’ mas deu pra entender o que estava escrito: “Aqui se ergueu o hospital franco-brasileiro dos feridos de guerra criados e mantidos pela colônia brasileira de Paris como contribuição na causa aliada 1914-1918. Placa inaugurada por ocasião do 80° aniversário da presença da Missão Médica Brasileira Especial na França.”
Gelei. Uma Missão Médica Brasileira na França na Primeira Guerra Mundial? Como eu nunca ouvi falar sobre isso? Como é que eu conheço toda a história do American Field Service, uma organização voluntária de norte-americanos para tratar os feridos durante a Primeira Guerra e nunca sequer ouvi falar de uma Missão Médica do meu próprio país? Imperdoável!
Com a ajuda do meu incansável amigo Google, sentei em um dos bancos  e pesquisei sobre o assunto. Descobri uma história fantástica de coragem, sacrifício e competência, quando um navio brasileiro (La Plata) saiu do porto do Rio de Janeiro em 1918 iniciando uma viagem que seria difícil, perigosa e trágica.
O perigo rondava os mares com a presença dos famigerados ‘U-boats’ alemães, submarinos de alta tecnologia que afundavam qualquer barco (política da Guerra Submarina Irrestrita) militar, mercante ou de passageiros, mesmo de países neutros. Inicialmente neutro, o Brasil só se declarou em estado de guerra em outubro de 1917, posicionando-se com os Aliados (EUA, França e Grã-Bretanha) por ter tido vários navios mercantes civis brasileiros afundados pelos alemães. Sem uma marinha ou exército preparado para conflitos da envergadura de potências belicosas como Alemanha, Rússia, EUA e Grã-Bretanha, a ajuda do Brasil para o esforço de guerra foi muito mais voltada à causa humanitária. É aí que entra a Missão Médica Militar Brasileira (MMMB).
O La Plata levava a bordo 168 brasileiros entre médicos, cirurgiões, enfermeiros e farmacêuticos voluntariados para a missão, além de alguns oficiais da marinha e exército, cujo objetivo era chegar a Marselha e de lá seguir para Paris para instalar e operar um hospital com capacidade para 500 leitos para cuidar dos feridos da guerra.
Os franceses cederam o belo prédio de um antigo convento jesuíta na rue Vaugirard e o hospital brasileiro foi instalado ali recebendo principalmente soldados franceses classificados como “grandes feridos”.  Quando a Guerra terminou no final de 1918, o hospital, considerado pelos franceses como de ponta, ainda funcionou até 1919, atendendo à população civil francesa que ainda lutava contra a pandemia da gripe espanhola que varreu a Europa naquele ano. Com a desmobilização do hospital militar, alguns médicos foram convidados a permanecer na França, mas a maioria retornou ao Brasil.
Os franceses jamais se esqueceram desse ato fraterno dos brasileiros e ali estava eu diante da prova, em frente àquela placa. Fiquei envergonhada por desconhecer essa história, que é muito mais emocionante que vocês possam imaginar. Fiquei pensando: por que não nos falam sobre isso na escola? Por que escondem de nós os nossos heróis? Por que nos autodenominamos “terra do samba e futebol” quando somos muito mais que isso?
Estou escrevendo esse ‘post’ por duas razões: a primeira é para mostrar como os franceses são gratos por nossa ajuda; a segunda é para desafiar você a ir além da nossa mediocridade escolar. Se estiver em Paris, visite o Jardin Hôspital Vaugirard (metrô Convention), mas antes, para dar significado à sua visita, conheça essa história em detalhes, no portal:
e também examine o livro “O Brasil na Primeira Guerra”de Carlos Darós (editora Contexto).
Sim, nós também temos nossos heróis! E não são aqueles que jogam bola ou participam de ‘reality shows’!


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[*] Nota esclarecedora. Recebi este texto por intermédio de uma rede do WhatsApp. O nome da autora não foi identificado. Uma pena. Mas pesquisarei, encontrá-lo-ei e, oportunamente, darei o crédito devido e merecido 'cum laude'. 



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Novas perspectivas para o Brasil

Novidade! Surpresa! Hoje, a senhora Eliane Catanhêde não falou mal do pré-candidato à Presidência da República Jair Messias Bolsonaro. Aliás falou sim; mas optou por fazê-lo disfarçadamente. No artigo “No fundo do poço” (Estadão de 20/Mai/2018), a senhora Catanhêde mencionou que o Bolsonaro é o inimigo comum dos demais candidatos.
Seria melhor esclarecer, por agrupamentos: é o inimigo de todos os corruptos, dos políticos adeptos do “toma-lá-da-cá”, dos defensores do nazi-comunismo; é inimigo dos estupradores, dos bandidos de qualquer natureza; é inimigo dos homofóbicos, dos racistas e dos machistas — esclareça-se com precisão: nesse agrupamento estão todos aqueles que usam, de forma indevida, a defesa dos gays, dos negros, dos índios e das mulheres, como argumento para satisfazer a seus objetivos políticos-ideológicos, aí incluídos os inconfessáveis; é inimigo dos “hidrofóbicos” — explique-se com clareza: novo neologismo, para indicar todos aqueles que usam qualquer argumento, circunstância ou diversidade para causar a divisão e o ódio.
Ou o Brasil não parece dividido e cheio de atritos? Enfatizando-se que a origem dessa insensatez está umbilicalmente associada às duas décadas de gramscismo não admitido, como sói acontecer com aqueles a quem falta a coragem moral e intelectual para expor o que está por trás do que prega.
Como todas as elegantes e talentosas cidadãs e eleitoras, a senhora Catanhêde está passando pelas fases impostas pela realidade brasileira: Indignação e Revolta com a política, Reflexão, Aceitação e Adesão (IR2A2) às novas oportunidades. Ao mencionar, apenas de passagem, o pré-candidato incorruptível, a senhora Catanhêde deve estar ultrapassando a quarta fase, a Aceitação. Não resta nem sombra de dúvida, está se encaminhando de forma inexorável para a última fase, a Adesão. A caminhada é envergonhada, constrangedora e inevitável! Poderíamos até construir uma segunda hierarquia evolutiva: Vergonha e Constrangimento com a política brasileira; Inevitabilidade, Mudança e Transformação (VCIMT) com as novas perspectivas que se apresentam com o candidato da verdade!

quinta-feira, 17 de maio de 2018

Veríssimo não veraz

Em “O Estado assassino”, o senhor L. F. Veríssimo afirma que "Jair Bolsonaro é um apologista da tortura e nunca fez segredo disso". E indaga se "se ninguém se incomoda que fomos um Estado assassino?". Será que ele se declararia também poeta? Sim, não se pode negar o mérito, especialmente, quando está com a boca e outras aberturas fechadas.
Primeiramente, é imperioso admitir-se, esse senhor é um escriba engraçado — às vezes! —, porém constata-se facilmente que quando sai de sua maltratada praia, ele não é muito veraz. Bem, não custa lembrar que a despeito de sua tendência de apoiar o que deu errado no mundo inteiro, em suas andanças, ele não trocou o capitalismo ianque pelas maravilhas soviéticas.
Por que esse senhor Não Veríssimo omite que aqueles que queriam implantar no Brasil um regime que assassinou no mundo mais de 100 milhões, foram derrotados? 
Por que ele omite que se aqueles que são objeto de sua admiração não fossem os perdedores, 200 milhões de brasileiros estariam se incomodando muito agora? 
Pressupõe-se que fisicamente não seja covarde. Haveria apenas uma moderada insuficiência de coragem intelectual? Nenhum especialista ousaria apostar elevada soma na proposição contrária. 

Os porões da canalhice e da falsidade

Uma Nação se constrói com intelectuais e estadistas. Deixemos os estadistas de lado, já que por força, obra e graça de Curitiba, uma parcela de candidatos foi condenada por crimes contra a sociedade e cumpre a sentença em penitenciária. Resta-nos os intelectuais. 
O perguntador e a respondedora da entrevista intitulada "A sede dos 'porões da ditadura' era o Planalto, diz historiadora" poderiam servir de paradigma para ilustrar essa demanda. Entretanto, qualquer candidato a intelectual deveria, no caso dos 450 mortos pelo regime de 1964 e dos 120 mortos por seus oponentes, tratar das perdas causadas pelos dois lados — aí incluídos os assassinatos (‘justiçamentos’) perpetrados pelos comunistas brasileiros contra os próprios companheiros. 
Mas para isso é preciso coragem moral e intelectual. O que ocorre é que ao abrigo da covardia, o assunto é retaliado, conspurcado e deformado. Então, o que restava clivou-se, evanesceu, e há a impossibilidade de impedir que o produto vá para o lixo. Ainda não temos nanotecnologia que desconstrua o lixo, átomo a átomo, molécula a molécula, tornando tudo integralmente reaproveitável. 
À História sobra o lamento dos cidadãos que será expresso sem hesitação em outubro próximo. Afinal, nenhum mal é absoluto e definitivo. Os porões da canalhice e da falsidade começarão a ser esvaziados. Os cidadãos atuais aspiram e sugerem que continuem com o processo de tentativa de desconstrução da pré-candidatura que mostra inequívoca chance de vitória, mudança e transformação; e agradecem. As crianças de agora sonham com a família que construirão e com os filhos que conceberão e também agradecem. Não há constrangimento em repetir à exaustão: a verdade, a liberdade, a ética e a coragem alegram o coração, aliviam a mente, estimulam o intelecto e fomentam a democracia, para desgosto e constrangimento dos que se lhes opõem.
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[Para caber em 600 caracteres e garantir a divulgação, o texto foi compactado]
Uma Nação se constrói com intelectuais e estadistas. Deixemos os estadistas de lado, já que uma parcela de candidatos foi condenada e já cumpre a sentença (Ah, Curitiba!). Resta-nos os intelectuais. 
O perguntador e a respondedora da matéria poderiam servir de paradigma para ilustrar a demanda. Os 450 x 120 mortos deveriam ser igualmente retratados — aí incluídos os justiçamentos dos próprios companheiros. Mas onde está a coragem moral e intelectual? Prefere-se o abrigo da covardia. 
A História contemplará o lamento dos cidadãos em outubro próximo. Sem hesitação. Aceitem que dói menos!

Homenagem aos heróis da FEB


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VER TAMBÉM
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Com inexcedível privilégio, orgulho e honra, coloco à disposição a seguir, um vídeo em que os italianos homenageiam a FEB pela bravura na libertação da Itália. Muitos brasileiros ignoram.
Consola a ideia de que a História se constrói e evolui a reboque dos bravos. Ilumina e motiva a certeza de que os bravos asseguram a prevalência da verdade, da liberdade, da ética e da coragem, como sustentáculos da democracia e, por via de consequência, da harmonia, da solidariedade e da justiça entre cidadãos, entre estes e as instituições, e entre estas.
A FEB (Força Expedicionária Brasileira) foi integrada por cerca de 25.000 militares combatentes, que em 1944/45, na Segunda Guerra Mundial, atuaram ao lado dos Estados Unidos para libertar a Itália do jugo do nazismo. A FEB contabilizou mais de 400 heróis que sacrificaram a própria vida no campo de batalha.
Dentre os bravos ainda vivos, podemos citar o Tenente Coronel Nestor — com mais de 100 anos — pai do Coronel Nestor, colega de turma de 1972, da AMAN. O então Sargento Nestor foi promovido a oficial por bravura e recebeu a notícia por telefone do então General Mascarenhas de Morais, comandante da FEB, à meia noite do dia em que substituiu de forma heróica o oficial comandante de seu pelotão, que havia perecido na batalha. 
Em uma coincidência feliz e concebida pelo acaso, a turma de formandos de 1972, da AMAN, escolheu, para batismo, o nome Turma Marechal Mascarenhas de Morais. A solidariedade dessa turma com os heróis da FEB e com soldados de todos os tempos é plena, engrandecedora e incondicional. Afinal, herdamos Instituições militares invictas e imorredouras — e que dispõem do reconhecimento da maioria do universo de cidadãos a que serve, com o sacrifício voluntário e juramentado da própria vida, se preciso for.

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VÍDEO
[Clique e vivencie a emoção da liberdade]

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Figura 1. FEB – Efetivo total; militares feridos; militares mortos.
Alemães capturados.
Fonte: Pedro Dutra, Ministério da Defesa.

Figura 2. Logotipo da FEB. Principais batalhas vencidas.
Fonte: Pqdt1970.

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segunda-feira, 14 de maio de 2018

Geisel e o próximo presidente

Como um velho, antigo assinante e leitor do Estadão, tenho tentado prosseguir a convivência com o melhor jornal brasileiro. Faço-o sem deixar o hábito de dar uma olhada em seus congêneres da Espanha, Reino Unido, França e Estados Unidos. Está difícil. No artigo “Geisel sem pedestal” (A8, de 13 de maio), a senhora Eliane Catanhêde, a quem sempre atribuo uma atitude exemplar de elegância pessoal, solidariza-se com uma notícia constante de documento da CIA e pesquisada por notável profissional da FGV, abordando uma suposta ordem do presidente Geisel, transmitida em 1974, em reunião com outros três generais, para que inimigos do regime vigente fossem eliminados. Cabe inicialmente indagar ao presidente da FGV: está faltando assunto e trabalho nessa egrégia fundação? Ora, a solidariedade da jornalista citada está inserida no âmbito da maior e mais extemporânea campanha da mídia brasileira contra os governos do período de 1964 a 1985. 
Seguem as indagações pertinentes. Por que um dos quatro generais participantes de uma reunião dita secreta iria transmitir seu resultado para um espião americano? Por que o suposto documento que originou as asserções duvidosas contra o presidente Geisel foi editado em computador e impressora em 1974, quando estes sequer existiam? Por que um articulista do Estadão, autor de livro com registros históricos parciais — e portanto alicerçado em falsidade (ou a meia verdade não é uma meia mentira e portanto uma falsidade produzida por quem tem indigência de caráter?) —, encheu página do Estadão com um artigo anterior no mesmo diapasão? Por que esse movimento foi orquestrado agora, quando um candidato que declara respeito e admiração pelo citado período, apresenta razoáveis possibilidades de se tornar o próximo presidente da República? Por que quase todos os dias o Estadão por ação ou omissão não noticia com veracidade os fatos sobre o pré-candidato melhor colocado em todas as pesquisas? Não seria mais conveniente que o Estadão declarasse de forma clara e digna sua oposição a um determinado pré-candidato e deixasse de fazer campanha sub-reptícia por intermédio de seus articulistas usando subterfúgio incompreensível para uma parcela de seus leitores?
Ao mérito da questão! Cidadãos de fé boa! Pensai-vos! Havia uma Guerra Fria externa. Por falta de dimensão político-estratégica, o Brasil não tinha àquela época autonomia internacional. Resolveu-se, quer dizer, foi impositivo que os cidadãos brasileiros — cada um com suas idiossincrasias e imperfeições mentais e intelectuais — se aliasse com um dos lados em disputa. Uma das partes das planuras tupiniquins resolveu levar muito a sério a guerra dos outros e provocou. Resultado: 450 x 120! Esse placarzão não é de gols, é de mortos! Inclusive em justiçamentos de irmãos. Há famílias órfãs dos dois lados.
Ficar exulcerante só porque estamos próximos da fronteira que — devido à clivagem criminosa da realidade empreendida por aqueles, cuja parcela expressiva já está encarcerada — entrou em estado de anomia e precisa de histerectomia pela mudança e transformação? Fique não! Exulcere não!
A mudança que o transistor e as mensagens dos programas computacionais — portadores e transportadores obscuros de conhecimento e de informação — impuseram se sobrepõe a qualquer revolução da História. Convenhamos, está faltando percepção dessa nova realidade. O dia a dia mudou. A juventude e a velhice mudaram, como jamais ocorrera antes. Tudo mudou porque “só a mudança é permanente”, como vaticinara o grego; porém agora com velocidade inimaginável.  
Pensai-vos! Até porque com esse apoio bumerangue de políticos, intelectuais, artistas e mídia, o pré-candidato que já recebeu ataques oriundos de todas as direções, estratégias e táticas possíveis — por força, obra e graça de seus oponentes — está recebendo no colo a Presidência da República. 
Tenho a ousadia de emitir uma recomendação: não divulguem esta mensagem. Ela contrariaria o que a grande maioria dos órgãos da imprensa e respectivos formadores de opinião estão fazendo em relação à eleição presidencial. Se divulgarem, prejudicarão o candidato que será o vencedor.

Enem e a BNCC

“Muito se especula sobre o destino do Exame Nacional do Ensino Médio (Enem) a partir da reforma do ensino médio e da Base Nacional Comum Curricular (BNCC). Nenhum dos “palpiteiros de plantão”, entretanto, considerou consultar o Instituto Nacional de Estudos e Pesquisas Educacionais Anísio Teixeira (Inep), autarquia do Ministério da Educação (MEC) responsável pelo exame.” 
 [Maria Inês Fini, Presidente do Instituto Nacional de Estudos e Pesquisas Educacionais Anísio Teixeira (Inep), em “Enem sem terrorismo”, publicado no jornal O Estado de São Paulo, de 14/Mai/2018].
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Prezada Senhora Doutora Maria Inês,

Com enorme curiosidade e atenção, li seu magnífico artigo “ENEM sem terrorismo”, publicado no Estadão (A2, de 14 de maio).
A primeira inferência relevante é a percepção da complexidade e da profundidade inseridas no esoterismo dos conceitos educacionais brasileiros que a senhora domina como nenhum outro intelectual. Essa constatação é extremamente razoável — não por seu mérito, culpa ou responsabilidade — mas pela quantidade de siglas que alicerçam a densa argumentação que a senhora desenvolveu:  ENEM, BNCC, INEP, MEC, SAEB, ENCCEJA, CONSED, UNDIME, JONTIEM, LDB, SISU, PROUNI, FIES. Fico extremamente temeroso de ter esquecido alguma.
A segunda inferência é que a grande maioria dos professores, supervisores, coordenadores, diretores e outros gestores não aprenderam as lições requeridas para que o Brasil possa alavancar a educação. Sabem eles o significado de todas as siglas? Sabem que Jontiem não é sigla, mas o nome de uma cidade? Sabem que o direito universal de greve é o direito de condenar os mais pobres a prosseguir em estado de pobreza? A rigor, são alguns múltiplos de sete de indagações. Por ora, não convém exaurir esse universo.
Não quero continuar mais com inferências. Há inferências a mais e trabalho de menos. Há teorias a mais e vontade & disposição de menos. Há consciência de direitos a mais e consciência de dever de menos (apraz-me ver repetições no texto; a que mais gosto é o palíndromo perfeito — só conheço um).
Gostaria de substituir inferências por cinco sugestões a serem levadas aos pré-candidatos à Presidência da República. Lá vai:
1)  a partir de 1º de janeiro de 2019, a Educação e a Ciência & Tecnologia são a prioridade estratégica fundamental do Brasil;
2)  fica decretada de forma inquestionável a valorização do professor — a meta é, em curto e médio prazo, transformar a profissão e a carreira de professor em uma das mais procuradas no Brasil;
3)  ficam excluídas de consideração, qualquer teoria e a maioria das siglas dos textos associados com a gestão pública da educação; cuide-se pois de trabalhar, ensinar, fazer aprender e construir uma arquitetura vivencial fundada em valores;
4)  para alguém ser considerado professor, ele deve ministrar aula em três das piores escolas brasileiras e, apenas por força, obra e graça de suas aulas, deve transformar essas piores escolas em escolas situadas na amostra do primeiro terço das melhores escolas (ressalto que esta ideia é impraticável, mas é uma metáfora do que os bípedes pensantes devem conceber, para ser empreendido); e
5) altere-se os códigos jurídicos vigentes para que haja punição severa para quem descumprir esta orientação.
Com o testemunho presencial, gostaria de mostrar indícios e evidências de que o que está sendo sugerido pode ser eficiente, efetivo e eficaz.
Atenciosamente,

ARS

domingo, 13 de maio de 2018

ONUVinci/2018 — PNUMA – Acordo de Paris


No corrente ano, na ONUVinci/2018, a Alessandra escolheu o tema Acordo de Paris, no âmbito do Programa das Nações Unidas para o Meio Ambiente (PNUMA). Ela preparou com o rigor o documento básico para o pleito que, na condição de delegada do Canadá, vai apresentar naquele conclave. O artigo apresentado a seguir é a primeira versão do citado expediente.
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Acordo de Paris
Alessandra Rocha Ribeiro Souto

O Canadá é um país situado na América do Norte, faz fronteira com os Estados Unidos e está localizado na Zona Temperada do globo terrestre. É constituído por uma monarquia constitucional: a rainha Elizabeth II, atual monarca britânica, é também rainha do Canadá. Possui um sistema parlamentarista, cujo chefe de governo é o primeiro ministro. O atual ocupante desse cargo teve sua investidura formalizada em 2015. É com grande honra que a delegação do Canadá se faz presente na discussão acerca do Acordo de Paris, no Programa das Nações Unidas para o Meio Ambiente (PNUMA).
Atualmente, há inúmeras discussões acerca da preservação ambiental em conjunto com o desenvolvimento sustentável, especialmente no que diz respeito à emissão de gases intensificadores do efeito estufa, que ocasiona o aquecimento global. O efeito estufa, um processo natural, é, em síntese, a faculdade de os gases presentes na atmosfera permitir a passagem de cerca da metade dos raios solares e reter a outra metade, assegurando o equilíbrio do ambiente que envolve a terra. Essa camada forma uma espécie de proteção na Terra, mantendo sua temperatura constante e tornando o planeta habitável. Ao longo do tempo, porém, e principalmente nos dias atuais, há a liberação excessiva de gases, ocasionados pela queima de combustíveis fósseis, desmatamento e uso de fontes de energia poluidoras, que causam o aumento da temperatura média dos oceanos e da atmosfera terrestre. O nome desse processo é aquecimento global. Este fenômeno origina péssimas consequências ao meio ambiente, assim como aos seres humanos, e vem se mostrando irreversível tendo em vista a situação recorrente de degradação ambiental cometida pelo homem. 
O Acordo de Paris, realizado em 2015, na França, teve como objetivo desenvolver uma solução exatamente para essa questão condizente a emissão de gases intensificadores do efeito estufa. As 195 nações signatárias se comprometeram a realizar o máximo de ações possíveis para que a elevação da temperatura terrestre, até 2100, se mantenha abaixo de 2 graus Celsius, tendo como limite o aumento térmico de, no máximo, 1,5 graus Celsius. Além disso, países com alto índice de desenvolvimento e renda elevada devem garantir financiamento para países emergentes e em desenvolvimento, permitindo dessa forma que tais países tenham sucesso na prevenção ao aquecimento da temperatura média da Terra.
O Canadá possui, dentre outros, o programa Budget 2018, que propõe um dos maiores investimentos já feitos pelo país na conservação da natureza, protegendo os ecossistemas, paisagens e biodiversidade, incluindo espécies ameaçadas de extinção. Com o apoio das províncias, dos demais territórios e da população nativa indígena, espera-se conseguir aumentar ainda mais a preservação ao meio ambiente canadense. Outro plano para prevenir as mudanças climáticas, juntamente com a promoção do crescimento da economia, é o Pan Canadian Approach to Pricing Carbon Pollution. Por meio dele assegura-se a multa paga pela poluição gerada por carvão, o tabelamento dos preços de acordo com as medidas estabelecidas pelo governo, a redução ao extremo a emissão de gases prejudiciais, o crescimento da economia e o aumento de resiliência na população. 13 empresas canadenses estão dentro das 100 melhores empresas de projetos ambientais inovadores para 2018. A lista foi publicada por Cleantech Group, de São Francisco. 
Eis algumas das medidas propostas pelo governo canadense para cumprimento do Acordo: a transformação da energia do setor de construções e obras públicas em uma energia limpa, já que além de investimento é um jeito efetivo de reduzir a emissão de gases de efeito estufa, gerando empregos; a construção de um sistema de eletricidade integrado, inteligente e limpo, que vai gerar energia limpa nas áreas em que for necessário, fornecendo uma necessidade básica (luz elétrica) para população; uso de energia limpa e redução da quantidade de diesel utilizado; reaproveitamento de combustíveis quando possível, para evitar sua queima e replantio, já que as florestas podem tornar a atmosfera mais limpa e com menos gás carbônico (por meio da fotossíntese); geração de competição (por meio de isenções fiscais, por exemplo) entre as empresas sustentáveis e impor multas e valores monetários às que usam materiais que prejudicam o meio ambiente; incentivo à  sustentabilidade nas indústrias e elaboração de regulamentos com relação aos setores de gás e óleo; investimentos sustentáveis nos transportes visando à potencialização da economia e à redução a emissão de gases que aumenta o efeito estufa.
O Canadá desempenha um papel fundamental no que diz respeito ao desenvolvimento sustentável, ao apoio e  à liderança no âmbito do Acordo de Paris. Além de ratificá-lo, reitera seu apoio total a esse instrumento, já que é por meio deles que as nações vão impedir mudanças maléficas de cunho impensáveis na natureza e no planeta Terra.   
Além de possuir inúmeros programas de proteção ambiental nas mais diversas áreas —como prevenção de mudanças climáticas, preservação de plantas e animais,  proteção de espécies em extinção,  poluição do ar, redução do desmatamento de florestas, preservação da água, dentre outros —,  possui um vasto histórico de participação em mais de 100 tratados, acordos, cooperações e convenções mundiais relativos ao meio ambiente. Dentre os que possuem maior divulgação, podemos citar o próprio Acordo de Paris, o Protocolo de Biossegurança de Cartagena e as demais COPs (Conferência das partes) da ONU. Sediou uma delas, a Conferência de Toronto, em 1988. Ademais, tem um papel fundamental de liderança em questões sociais e ambientais perante o mundo, já que possui exemplar de manutenção ambiental, excelentes índices econômicos e boas relações diplomáticas como a maioria dos demais países.
Aqui seguem algumas medidas de âmbito internacional propostas: o Canadá incentiva as demais nações a formularem medidas e contribuições que reflitam suas metas, programas e medidas para com o Acordo, e irá ajudá-las a atingir tais objetivos em prol do meio ambiente; continuará apoiando ações para adaptação destas medidas em países em desenvolvimento, de modo que eles possam cumprir o esperado, do mesmo jeito que continuará os programas de financiamento ambiental; dará continuidade à   defesa e promoção de medidas e imposições econômicas que incentivem meios limpos e sustentáveis e a diminuição do uso do carvão; ademais promoverá a inovação e mobilização do setor privado com relação à sustentabilidade. 
O Canadá vem ajudando nações emergentes e em desenvolvimento com relação ao meio ambiente desde antes do Acordo de Paris. Exemplos a serem citados são: a Turquia, o Vietnã e o Brasil. Além disso, o Canadá fornece apoio a qualquer país que passe por desastres naturais ou outras emergências, por meio do Disaster Assistance Response Team (DART), para amenizar os principais impactos do desastre, por meio da colaboração governamental, tanto nacional quanto regional. 
O Canadá, então, reafirma sua posição de completo e total apoio ao Acordo do Paris, levando em consideração o meio ambiente e as gerações que virão. Propõe-se que os países desenvolvidos continuem tomando medidas de ajuda e financiamento aos países em desenvolvimento e aos demais com carência de recursos, bem como adotando medidas em seu próprio país, para que o objetivo de manter a elevação de temperatura terrestre em até, no máximo 1,5º C, seja alcançado. Além disso, são necessários conferências e programas da ONU com a participação de ONGs (organizações não governamentais) para garantir que cada país atinja suas propostas e cumpra sua função dentro da responsabilidade global do Acordo. Por último, é necessário que se faça com que todos os países assinem o Acordo e cumpram suas orientações. 

Fontes

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