sexta-feira, 27 de outubro de 2017

Ideologia de gênero


Recentemente, as questões de ideologia de gênero adquiriram relevância a partir de sua inclusão na agenda da mídia e do intenso debate subsequente. A Beatriz Kicis — conhecida de Isabel desde que ambas moraram na Asa Sul, na década de 1980 —  postou um vídeo apresentando sua indignação com a apologia dessa temática.

Em realidade, a Beatriz está se opondo à pregação iniciada pelo filósofo Hegel, cujos seguidores foram Marx e Engels (chamados de novos hegelianos porque discordaram em parte do mestre).
A dupla passou o bastão para Lenin, que matou milhões e depois transferiu a herança para Stálin — é bom lembrar que a turma de Hitler torturou milhões na Alemanha e depois aliviou o sofrimento, colocando na câmara de gás; Stálin ao contrário não aliviou o sofrimento: a tortura era pela fome e a vida só se esgotava, com a morte pela fome de milhões de ucranianos.

Pois bem, a coisa deveria ter parado por aí. Mas surgiu, na primeira metade do século passado, Gramsci, que apresentou uma nova versão para a conquista do poder. O gramscismo está presente, atuante e desconjuntando o Brasil até hoje, para infortúnio de quem aspira e luta por um mundo melhor para os herdeiros dos herdeiros.

É oportuno asseverar que os herdeiros da turma citada, seguindo Gramsci, propugna a prevalência de seu ideário por meio do domínio da cultura, da comunicação social e da mídia, e com as convenientes destruição dos fundamentos da família e dos valores que são uma conquista do homo sapiens.

Assim chegamos às ideologias de gênero, de gays, de negros, de mulheres, de drogas. Note que com o fracasso do socialismo real, em 1989, com a desintegração da União das Repúblicas Socialistas Soviéticas, as esquerdas assumiram todas essas bandeiras. 

Por que ideologia de gênero, algo que é biológico, antropológico e social? Por que ideologizar atributos da condição humana?
O que um gay tem a mais ou a menos que um heterossexual?
Enfim, a ideologização é o caso clássico da utilização de uma solução para gerar problemas que a justifiquem — quer-se o socialismo, invente-se argumentos não importando se contrários à verdade e à lógica. 

Ora, problemas existem então adote-se soluções adequadas, convenientes, satisfatórias e inequívocas. Ou seja, diante de contravenção e crime, aplique-se a lei em todos os casos, sob a égide da ética, da decência e da justiça; e submetida, a lei, aos ditames da democracia.

quarta-feira, 11 de outubro de 2017

Verdade, liberdade e democracia


Meus cumprimentos ao Estadão por abrir espaço para que o sr. Thiago David Stadler opine sobre questões levantadas pelo prestigioso jornal para seus leitores (Fórum de Leitores, mensagem “Nem legal, nem legítima”, de 11 de outubro).
A essência da democracia é a liberdade de expressão e nesse sentido é salutar que possamos conhecer a opinião de um filósofo sábio. Convém destacar que ele afirmou:
“... Devo ser claro, aliás, que muito dessa instabilidade e ‘sujeira política’ advém do tempo em que os higiênicos militares estiveram no poder do Estado brasileiro. ...”.
Obviamente, com sua rica bagagem cultural, é provável que ele tenha influência de Lenin e Goebels (edulcorados por Gramsci) — especialmente, da ideia de repetir à exaustão a inverdade para que haja sua prevalência como verdade; bem como de destruir os valores vigentes, como forma de impor o ideário professado.
Um grego, um daqueles da tríade de filósofos maiores da antiguidade, seguramente indagaria que motivação move o sr. Stadler.
Seria a amargura de vivenciar o universo de Dante porque os militares contribuíram para a derrota dos dois extremos que o fascinam? Não é demais esclarecer que o quase trocadilho com fascismo é acidental. Seria a dor de constatar que as perversas referências que lhe aprazem tiveram sua herança imersa na podridão expelida para o meio ambiente? Seria a tristeza da consciência de que a confiança no alicerce intelectual que o suporta evanesceu? Isso importa?
De qualquer sorte, o tempo passou; mas passa mesmo? O sólido muro caiu; mas é possível? Sócrates também asseverava que nada sabia! E a inferência inequívoca aponta para a prevalência de amargura, dor e tristeza inadiáveis e infindáveis, envolvendo os que foram atraídos por ideias ambientadas em maldade e perversidade. Para eles, é insuportável administrar a queda do muro de Berlim e a queda do muro que impedia a visão das artes “democráticas” dos governantes brasileiros recentes, orientadoras da anomia em que o País se encontra.

Só considero uma pena que o estado do Paraná — que nos propiciou a possibilidade de uma transformação impensável, com a Operação Lava Jato — tenha em seu território alguém com influências, motivações e sentimentos tais que revelam descompromisso com a verdade, motivadora da liberdade — ambas imprescindíveis para a democracia. Claro, para infortúnio dos alunos do filósofo ‘professador’ da Universidade do Paraná e para infortúnio de todos que aspiram a um ambiente social e político alicerçado na solidariedade, na ética, na decência e na justiça.

sexta-feira, 6 de outubro de 2017

Caos e intervenção militar



[Mensagem divulgada no Fórum de Leitores eletrônico do Estadão de 6/10/2017]

No excelente editorial ‘O altar da salvação nacional’ (5 de outubro, A3) — motivado pelos artigos ‘O Judiciário e o discurso do golpe’ e ‘Intervenção, legalidade, legitimidade e estabilidade’, ambos publicados à página A2 e que apontam o acerto das possíveis intervenções do Poder Judiciário e das Forças Armadas no conturbado cenário político-institucional brasileiro —, o Estadão menciona as inconveniências das intervenções dessas duas instâncias. Como síntese dessa análise, o texto assevera que é preciso “tomar cuidado com o que se deseja: malgrado o País esteja farto dos políticos, razão pela qual se tornam sedutoras as propostas de superação da crise que deles prescindam, é somente por meio da atividade política — exercida por representantes eleitos pelo voto direto — que a democracia verdadeiramente se manifesta ...”.
De forma magnífica, o texto propugna o que é desejável, porquanto compatível com a natureza humana, bem expressa na faculdade de pensar, na afetividade e na racionalidade, porém inserido no idealismo e na utopia, às vezes, inalcançáveis. Para fundamentar essa assertiva, identifique-se o país democrático que conquistou a democracia sem a vivência de séculos de evolução, permeados por traumas terríveis. É inegável que não se consegue apontar um único país que satisfaça a essa condição.
A citação do magnífico editorial permite inferir que a eleição pelo voto direto é o aspecto basilar da democracia. Essa afirmação precisa ser contextualizada. O que adianta eleger pelo voto representantes que lideram os maiores escândalos de corrupção da história da Humanidade? Ademais, o funcionamento institucional com fraturas não se restringe aos políticos. O Poder Judiciário tem atuado com frequência e tem demonstrado incoerências, disputas internas, manifestações contraditórias e fora do autos, além de conhecidas investiduras em elevados cargos sem a condição de inequívoca probidade e notável saber jurídico — ou reprovar na prova para o cargo de magistrado (e ainda assim ser nomeado juiz) e a ação de familiares de magistrado em processos que este (ou sua Corte) delibera não são condenáveis?
Não podem ser deixadas de lado as características e atributos das ONGs e das associações de classe. Ora, elas são componentes essenciais da sociedade civil pois podem ser consideradas representantes estruturadas da cidadania. Quanta corrupção e outras ilegalidades somos obrigados a testemunhar nesses setores, sendo o Estado incapaz de contrapor-lhes para evitá-las ou saneá-las.
Então, a solução — e urge uma solução pois do jeito que está, é insuportável — pode estar em alguma das seguintes vertentes: (i) os próprios políticos tomam um elixir milagroso e acertam os rumos institucionais brasileiros — alguns tendem a não crer em milagres, mas eles existem, segundo a sábia asserção hispânica; (ii) convoca-se um assembleia constituinte, composta pelos melhores brasileiros com a qualificação requerida, com a restrição de que não participarão do processo político resultante, e com o compromisso fundamental de formular uma nova Carta Magna que satisfaça as demandas democráticas, com inexcedível equilíbrio de direitos e deveres e rapidez e punição exemplar para as contravenções e crimes de toda ordem; (iii) se as possibilidades anteriores falharem e o País mergulhar no caos, não resta senão a intervenção militar, preconizada com brilhantismo,  equilíbrio e desassombro pelo general Luiz Eduardo Rocha Paiva, no artigo supracitado.

Evidentemente que a intervenção militar deveria estar compromissada com a verdade, liberdade e democracia (menção por ênfase; não se espera menos do estamento militar); ser obrigatoriamente de curto prazo; e ter como meta fundamental a colocação da democracia nos devidos eixos. O que significa agregar à eleição pelo voto direto, secreto e universal, o funcionamento adequado dos três poderes e das demais estruturas de representação da sociedade civil, com medidas saneadores imediatas e urgentes para os desvios, com ênfase para a corrupção. A primeira medida da intervenção militar seria a convocação de uma assembleia constituinte nos termos da proposição do item (ii).

terça-feira, 3 de outubro de 2017

Reforma dos sistemas judiciais e políticos


Em relação à matéria “Com 1 atirador em ação por dia, debate sobre porte de arma nos EUA retorna” (Estadão de 3 de outubro), correlacionada com o assassinato, por um lobo solitário, de 59 americanos e ferimento em outros 560, em Las Vegas, há uma certa animosidade de parte de analistas sobre essa questão no Brasil, especialmente, no que diz respeito à conexão entre perdas de vidas humanas e controle de armamento.
Ora, o debate é desejável e salutar, para a formação de uma consciência coletiva e para que as melhores soluções sejam adotadas em nosso maltratado país. Então, acresço alguns dados para que sirvam à reflexão, sem deixar de lado aspectos com inequívoca relevância.
No Brasil — cujas leis sobre a aquisição e porte de armas são muito mais restritivas do que nos Estados Unidos — há mais de 50.000 assassinatos por ano com arma de fogo, o que significa mais de 136 assassinatos por dia. Pasmem, é como se, diariamente, tivéssemos mais de duas tragédias similares à americana.
É razoável inferir que o combate a essa tragédia brasileira, não se restringe simplesmente à histeria com o controle e restrições, associados com a comercialização, o porte e o manejo de armas. Podemos agregar pelo menos os seguintes setores demandantes de medidas saneadoras: segurança pública, educação, saúde, habitação e disparidades sociais, amparadas no guarda-chuva da justiça e da práxis política.
A perda de vidas humanas não comporta ilusões, nem desapego à verdade e a idealismos estéreis. O encaminhamento da solução não pode visar a um aspecto pontual. A rigor, está vinculado à evolução da organização da sociedade e do Estado, em todos os seus aspectos fundamentais.

É imperioso ultrapassar a Grécia descrita por Platão em ‘Apologia de Sócrates’, bem como a Dinamarca apresentada por Shakespeare em ‘Hamlet’ — é imperioso harmonizar a sociedade e o Estado com a justiça e a práxis política. Enfim, é essencial empreender a reforma dos sistemas judiciais e políticos.

domingo, 1 de outubro de 2017

Faca nos dentes

O Estadão de  1º/10/2017, publicou artigo, cujo extrato é:

"O pessoal está com a faca nos dentes
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O ministro Og Fernandes, do Superior Tribunal de Justiça, disse que ficou ‘perplexo’ com o resultado da enquete que promoveu em sua conta no Twitter ‘Vc é o juiz: o Brasil deve sofrer intervenção militar?’ Responderam à pesquisa do magistrado 37.077 internautas. Desse universo, 49% disseram ‘sim’ para a volta dos tanques às ruas. E 51% a rechaçaram.
‘O pessoal está com a faca nos dentes’, avalia o ministro, desde 2008 na Corte superior.
‘Vamos construir o país sem a faca entre os dentes’, prega.
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Participei do debate, com a seguinte mensagem:

Comentários dos leitores
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De 1985 até agora, são passados 32 anos. Três décadas de democracia produziram o maior índice de corrupção e roubalheira da história da Humanidade. 
Alguns empresários e políticos sem mandatos (exceção para confirmar a regra: E. Cunha) foram presos. Os ex-presidentes e presidente que são os maiores responsáveis estão livres, leves e soltos. Os juízes que deveriam falar nos autos vivem dando declarações para a imprensa. E a saúde, educação, segurança não são de Terceiro Mundo; são não-classificáveis. 
Creio que há distorção na pesquisa do ministro Fernandes. A maioria do povo brasileiro é favorável à intervenção!
ARS

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