terça-feira, 2 de setembro de 2014

Hannah Arendt e Marina Silva


Na quarta-feira passada, tive a oportunidade de assistir ao filme Hannah Arendt, lançado nos Estados Unidos em 2013, e que mostra aspectos fundamentais da vida da pensadora que dá nome à película. Curiosamente, ela evitava se considerar filósofa; preferia ser vista como uma analista política. No filme, há uma certa ênfase para sua ida para Telaviv, com o objetivo de acompanhar, como jornalista e correspondente da revista New Yorker, o julgamento de Adolf Eichmann, nazista que após a Segunda Guerra Mundial se refugiou em Buenos Aires; foi descoberto pelo serviço secreto israelense Mossad; foi sequestrado na capital argentina; e foi levado a julgamento em Israel.
Por conta da vivência no processo judicial no Oriente Médio, a senhora Arendt transformou uma série de cinco artigos em um novo livro, onde defendeu a tese da banalização do mal. Em realidade, há indicações de que ela não concordou integralmente com o resultado do julgamento do Eichmann. Para ela, esse cidadão foi condenado num julgamento em que estiveram em tela as barbaridades do nazismo e, nesse sentido,  ele teria sido enforcado por crimes que não cometera. É uma tese controversa e a sociedade nova-iorquina, muitos intelectuais e mesmos amigos se posicionaram contra a escritora.
Esses comentários são motivados menos pelo filme e mais por um artigo do jornalista Juan Arias, correspondente no Brasil do jornal El Pais, no qual, coincidentemente, aponta as motivações intelectuais da pensadora Hannah Arendt sobre a senhora Marina Silva, candidata à Presidência da República pela coligação PSB-Rede Sustentabilidade. A esse respeito, foi acolhida no sítio eletrônico daquele jornal espanhol a mensagem (curta, porque para ser aceito o texto deve ter menos de 3000 caracteres) que é apresentada a seguir.
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O Sr. Juan Arias escreveu um brilhante artigo alusivo à inspiração que a Sra. Marina Silva obtém no ideário da Sra. Hannah Arendt (Hannah Arendt, la musa ideológica de Marina Silva, em El Pais, de 1/9/2014). Porém, para os brasileiros é lamentável que assim seja.
Por suas dimensões geográfica, populacional  econômica, entre outras, o Brasil merecia ter intelectuais que indicassem o rumo da Nação. Merecia também ter estadistas que seguissem os rumos indicados pelos primeiros. Não tem nem intelectuais, nem estadistas.
             Então, fica plenamente justificado todas as assertivas do Sr. Juan Arias. A rigor, o que se vê é o engrandecimento de uma política amadora que busca fora de suas fronteiras o ideário que não encontra em seu próprio País e que possivelmente será eleita e continuará contribuindo para que o Brasil siga os rumos atuais, isto é, para que siga sem rumo, crescendo menos do que a grande maioria dos países latino-americanos e menos do que todos os países integrantes do BRICS; para que siga com severas deficiências em saúde, educação, moradia e segurança; e para que siga como um dos mais corruptos países do sistema terrestre. 
             Com imensa tristeza, parabenizo o Sr. Arias.

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