sexta-feira, 12 de dezembro de 2014

Práxis política

Uma Deputada Federal chamou outro parlamentar de estuprador. Este respondeu que ela não mereceria ser estuprada por ele. Isso ocorreu de forma pública diante das câmeras de televisão. Os factóides geraram grande reação da mídia escrita e no âmbito das redes sociais.
Só não vi alguma análise que desse conta de que ela ao tentar ofendê-lo sabia que haveria a contrapartida no mesmo teor, que a discussão teria ampla repercussão e que isso lhe daria dezenas de milhares de votos adicionais na próxima eleição. Ele, por sua vez, não perdeu a oportunidade de revidar e fê-lo com veemência tal que ultrapassou qualquer previsão. Com isso, ele sabia das consequências e mais, sabia que na próxima eleição receberia dezenas de milhares de votos adicionais.
Enfim, esse é o padrão de políticos que o Brasil dispõe. Esses são os eleitores que elegem uma parcela de nossos representantes.
Dúvida? É só lembrar que nas recentes eleições do segundo semestre de 2014, a mentira prevaleceu como forma de convencimento eleitoral. Passados menos de dois meses da eleição presidencial, constata-se que o que fora prometido, anunciado, não passava de mentira grosseira e já caiu no esquecimento. Basta examinar as questões de política econômica, de combate à corrupção, de gestão da saúde, educação e segurança pública.

Novidade? Não! Basta lembrar a carta que um general romano enviou para Cícero, seu irmão, senador, aconselhando-o sobre o modus operandi para o sucesso na política — com ênfase para o disfarce, o engodo para a conquista de adesão. A História ensina que há mais de dois mil anos, os políticos já agiam em consonância com o que vemos na atualidade no Brasil.

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