A Copa do Mundo a ser realizada no Brasil dentro de dois
meses está condicionada a uma série de fatores que se inserem no universo da
beleza, mistério e imponderabilidade do futebol. O resultado pode ser
visualizado por intermédio de três cenários distintos, designados por alfa,
beta e gama. Um deles se concretizará e se associará com maior ou menor
intensidade às mazelas brasileiras. Estas não são privilégio das atuais administrações
petistas — remontam à descoberta do Brasil e atribuição, a degredados
portugueses, da missão de ocupar nosso território —, mas nos últimos dez anos,
a corrupção, os desmandos e a incompetência atingiram níveis estratosféricos. Este
texto analisa o contexto em que cada um dos cenários anunciados ocorrerá e
estabelece as conexões decorrentes.
Cenário Alfa. É o resultado aspirado
e desejado pela maioria do povo brasileiro — a vitória canarinha na Copa do
Mundo. Os que amam o futebol, os indiferentes e mesmo aqueles que dele
desgostam terão uma atitude receptiva para os festejos, entusiasmo e efeitos da
conquista do hexacampeonato mundial desse esporte contagiante e universal. O
impacto sócio-político será favorável ao status quo vigente. Com a vitória na
Copa do Mundo, por algum tempo, as pessoas se esquecerão de seus próprios
problemas e se esquecerão sobretudo das históricas mazelas políticas que afetam
a todos, potencializadas pelas administrações petistas. Em 1911, Rutherford nomeou
a partícula alfa. Em um cíclotron, a letalidade da partícula alfa está
condicionada à vontade do cientista responsável pelo experimento. No cenário
alfa, a letalidade do resultado estará determinada pela vontade da
maioria da população, que por sua vez estará neutralizada e anestesiada pela
vitória. É tudo o que os governistas querem.
Cenário Beta. É a derrota do Brasil
na final da Copa do Mundo. O choque resultante será gradualmente substituído
pelo pessimismo, revolta e indignação de uma expressiva parcela da população. A
lembrança das mazelas pessoais e institucionais será retomada lentamente. Os
ativistas de várias latitudes exercerão o oportunismo que lhes satisfaz e
desencadearão um processo de manifestação nas capitais mais importantes do
País. O Governo será responsabilizado e acossado, daí resultando uma redução
nos índices de apoio apurados pelos institutos de pesquisa. Em 1914, Chadwick
comprovou experimentalmente o que já tinha sido mencionado por Rutherford — a
partícula beta que, de forma simplista, é parte essencial do mecanismo que
permite a corrente elétrica e explica os fenômenos associados com as descargas
atmosféricas. A intensidade de um relâmpago e sua letalidade estão
condicionadas aos desígnios da Mãe Natureza. No cenário beta, a letalidade
das consequências do resultado da Copa do Mundo favorece os que se opõem à
situação vigente. Os governistas e os oposicionistas se digladiarão
intensamente, e cada integrante dessas facções atuará, pensará e rezará em
favor do resultado desejado.
Cenário gama. É configurado pela
derrota da seleção brasileira nas fases que antecedem a final da Copa do Mundo
— oitavas de final, quartas de final ou semifinais. Trata-se da reedição da
experiência traumatizante de 1950, com as agravantes de já ter sido vitoriosa
em cinco Copas do Mundo e de ter que enfrentar a continuação do torneio em
território nacional sem a presença canarinha. Os ativistas terão a oportunidade
singular de potencialização de suas ações, seja pela ocorrência dos jogos entre
seleções estrangeiras no Brasil, seja pela presença de parcela da imprensa
mundial. Em 1898, Marie Curie descobriu a radiatividade. Ela ganhou o prêmio
Nobel de Física e depois o prêmio Nobel de Química. É o único cientista da
história humana a realizar esse feito por trabalhos no âmbito da Ciência — Linus
Pauling, ganhou duas vezes, mas o último foi prêmio Nobel da Paz. Marie Curie
contabiliza ainda a seu favor, o fato de que sua filha Irene Curie, algumas
décadas depois, também ganhar o prêmio Nobel, pela descoberta da radiatividade
artificial. Marie Curie faleceu em consequência de câncer ocasionado pelos
resultados da radiação nuclear nos experimentos que a notabilizaram. Entre os
produtos de uma reação nuclear, os raios gama apresentam terrível letalidade. O
cenário
gama contém a letalidade política que os governistas de plantão não
desejam e que os oposicionistas, secretamente, sonham.
Os cenários alfa, beta e gama não podem ser visualizados
como operações lógicas, que as caracterizem como eventos pertencentes ao
universo da certeza. Pode-se asseverar que carregam em sua formulação, o
relativismo encontrado na Teoria da Relatividade do Cientista Maior — Albert
Einstein. Ademais, quando Ele formulou Sua teoria, não havia instrumentos,
cenários e contextos que permitissem a comprovação inequívoca.
Epílogo descontextualizado. Por que
grafar-se com iniciais maiúsculas a teoria e o atributo daquele cientista? A
resposta foi formulada por Steve Jobs quando, após ouvir Io Io Ma tocar uma
peça de Bach em seu celo Stradivarius, declarou: “Eu até não acreditava em
Deus, mas ele tem que existir. Você jamais tocaria essa música sem ajuda!”.
Similarmente, é difícil imaginar a formulação Teoria da Relatividade sem ajuda
divina.
Com ideias desconexas, expôs-se neste texto a conectividade
entre futebol, política, ciência e música, por intermédio de três cenários,
sendo que no primeiro, a seleção brasileira vence a Copa do Mundo; e nos outros
dois, a seleção brasileira é derrotada no maior certame mundial do futebol. Uma
coisa é certa: os cenários beta e gama — ambos caracterizam a derrota do Brasil
na Copa do Mundo — são eventos que ajudam a preencher as condições necessárias
e suficientes que levarão os brasileiros a se livrarem do flagelo situacionista
fundado na práxis petista de governar.
Nenhum comentário:
Postar um comentário