domingo, 26 de abril de 2015

Sabatina de candidato a Ministro do STF

No atinente à futura sabatina, inserida na agenda do Parlamento, em que os senadores submeterão, no âmbito da Comissão de Constituição e Justiça do Senado, o senhor Luiz Edson Fachin, indicado para nomeação pela presidente da República ao cargo de ministro do Supremo Tribunal Federal, cabem algumas ponderações.
Em face do posicionamento político do senhor Fachin, por ocasião da eleição presidencial, quando ele atuou de forma explícita na campanha da candidata à reeleição, senhora Dilma Roussef, é imperioso que os senadores lhe perguntem se ele se considera detentor de notório saber jurídico ou detentor de notório oportunismo eleitoral, credenciando-se, por sua militância na referida campanha, para uma futura indicação para algum cargo de interesse do Partido dos Trabalhadores.
É imperioso que os senhores senadores lhe perguntem também se ele terá a integridade intelectual, moral e ética para se declarar impedido de participar de qualquer processo contra os interesses da senhora Roussef ou de seu partido; ou se atuará com a parcialidade e desfaçatez dos julgadores de Sócrates, no século IV a. C., posicionando-se, como aqueles, favoravelmente aos interesses de quem o investiu na condição de participante do sistema judicial.

Caso o senhor Fachin atue como os julgadores gregos, não é demais inferir que nossa processualística política e judicial apresenta similaridades com aquelas de 2.400 anos atrás. Ou seja, necessitaríamos, nesse caso, de milênios para chegar à sonhada civilização conjecturada por Sócrates e seu discípulo Platão, bem como o discípulo deste, Aristóteles. Pobre Brasil!

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