Outro dia, estava de passagem pelo hospital militar HMab
e cruzei com o Gurgel, engenheiro militar e amigo de longa data. Perguntei-lhe
como estava seu veículo elétrico (ele o adquirira há cerca de quatro anos, para
uso cotidiano). Ele respondeu que continuava usando o carro. Adicionalmente,
asseverou que finalmente conseguira, mediante fomento da Universidade do Ceará,
constituir uma empresa voltada para a produção de veículos elétricos. Comentei
que seria desejável que o Exército encomendasse os primeiros dez veículos de
sua linha de produção. Não importava por que nem para que. A questão era
unicamente a ideia de associação com um empreendimento inovador. Se bem
direcionado, as possibilidades midiáticas dariam o retorno requerido — ademais
nossa força terrestre imitaria o que faz sua congênere norte-americana, que
estimula um sem número de inovações.
Brinquei com o Gurgel: disse-lhe
que em menos de uma década, ele estaria gerindo um pequeno império e eu estaria
pedindo carona em viagem à Europa ou aos Estados Unidos, em seu jatinho.
Hoje, li no jornal francês Le
Monde a notícia de que a empresa Google estava testando seu veículo autônomo (que não utiliza motorista). A matéria contém um vídeo com teste urbano do carro. Foi divulgada a
previsão de que por volta do ano 2030, 10% dos veículos em circulação seriam
autônomos; e em 2050, o percentual desses veículos nas ruas e estradas se
elevaria para 50%.
Essas duas notícias fazem lembrar
o que minhas filhas estão estudando na 6a. série do ensino
fundamental — filosofia. E vale ressaltar que uma das questões da verificação
de aprendizagem do 2o. período escolar delas tratava das características
do pensador Heráclito que vivera no século IV, antes de Cristo. O pensamento
desse filósofo pode ser condensado na sentença “só a mudança é permanente”.
Enfim, em dez anos, muito ou quase
tudo pode mudar. Poderia exagerar e asseverar que em uma década à frente, mais
de 50% do que estaremos usando ainda não foi inventado e produzido. O veículo
elétrico e o veículo autônomo — invenções atuais requerendo aperfeiçoamentos
a inventar — são parte das mudanças que continuam permanentes, como asseverara
Heráclito.
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