terça-feira, 27 de outubro de 2015

Honra e liderança

Em matérias divulgadas pelos jornais O Globo e Estadão, o senhor Fernando Henrique Cardoso — como já o fizera em outras ocasiões — assevera que a senhora Dilma Roussef é uma pessoa honrada.
Eu gostaria de aprender com o professor doutor como uma pessoa que inclui em seu currículo títulos de mestrado e doutorado que não concluiu, aprova compra de refinaria com enormes prejuízos para a sociedade e usa a mentira para se reeleger presidente pode ser considerada honrada [*].
Em que academia ou universidade de ética essa lição foi ministrada? E que tipo de intelecto foi capaz de considerá-la crível e de assimilá-la?
A pergunta resultante é emblemática: que políticos brasileiros devemos considerar referência? Aliás, conviria refletir e identificar os três maiores líderes brasileiros de todos os tempos ou, para simplificar, os três maiores líderes brasileiros vivos.
Pode-se começar com o estabelecimento de critérios para essa identificação. Os primeiros seriam: ter reputação ilibada, constituindo-se em exemplo de ética, de decência e de justiça; ter transmitido para a posteridade conhecimento, experiência e qualificação gerencial e política; e ser responsável pela transformação do país.
À guisa de provocação, convém citar dois nomes: Caxias e Rio Branco. O primeiro por contribuir de forma decisiva — com sua liderança, visão estratégica e ação militar e política — para que o Brasil não se fracionasse como ocorrera com a América do Sul de língua espanhola. E o segundo pelo sucesso na atuação diplomática que institucionalizou o Estado brasileiro herdado das ações de Caxias, com acordos com vários países fronteiriços, reduzindo expressivamente possíveis conflitos reais e potenciais.
O debate sobre as questões ora apontadas deveria ser incluído na agenda nacional. Assim, poderíamos melhorar o senso de avaliação e deixar de aceitar assertivas sobre honestidade, honra, qualificação política e liderança que não atendam ao que determina a razão, a lógica, o bom senso e a ética.


[*] Foram citados três desatinos de quem ocupa o mais alto cargo da Nação, mas isso é muito pouco. A propósito, consulte-se o artigo “A falsidade como meio de vida”, de José Nêumane (Estadão de 21 de outubro), em que são apontadas 5 inequívocas falsidades da senhora Dilma Roussef, quais sejam:
ü  a inclusão no currículo dos títulos de mestrado e doutorado (Nêumane asseverou que ela foi pilhada em ‘flagrante delito’);
ü  a auto-atribuição da condição de heroína da democracia ao participar de grupo armado de extrema esquerda (Nêumane considerou essa divulgação uma ‘mentira desprezível’);
ü  as promessas realizadas por ocasião da campanha eleitora de 2014 (Nêumane caracterizou-as como uma ‘compulsão doentia à mentira’);
ü  as promessas para a área de Educação com o jargão Pátria Educadora (Nêumane chamou esse jargão de ‘Pátria Enganadora’);
ü  a afirmação de que seu governo não está envolvido em nenhum escândalo de corrupção (Nêumane interpretou essa asserção como um ‘delírio de falsidade e má-fé’); e

ü  a assertiva da presidente de que “depô-la é golpe” (Nêumane considerou essa opinião uma ‘alucinação obsessiva de nossa Rainha de Copas falsária …’).

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