sábado, 5 de março de 2016

Pedra fundamental da democracia

Conforme noticiou hoje o Estadão, Lula afirmou que se sentiu prisioneiro e que ficou magoado e ofendido. Em realidade, ele deveria asseverar que se sentiu prisioneiro de sua desfaçatez, de sua falta de espírito público, de sua intemperança, de sua faculdade de estimular os poderosos para constituir organização criminosa que empobreceu a maior empresa brasileira. Ele deveria expressar que magoou e ofendeu os brasileiros de boa fé; que maculou os princípios essenciais da democracia; que — ao incluir a própria família no universo de beneficiários de trampolinagens de toda ordem — transmitiu péssimo exemplo para os jovens brasileiros.
E o que inferir desse cenário lamentável para o futuro do País? Por ânimo de justiça, é forçoso reconhecer que esse personagem menor — e cujo destino é a lata de lixo da história brasileira — prestou um grande serviço à posteridade, como bem identificado pela lucidez de Fernão Lara Mesquita, em artigo no Estadão, ao declarar que “finalmente foi plantada a pedra fundamental da democracia brasileira”. Sim, porque por obra e talento do juiz Sérgio Moro, todos começam a ser iguais perante a lei, não importando quão poderosos sejam.

Esse juiz se inscreve na galeria dos notáveis de nosso maltratado País. É fundamental reconhecer que ele conquistou o direito de se candidatar a um elevado cargo da República. Então, proponho que ele faça parte da próxima lista de indicados para Ministro do Supremo Tribunal Federal. Com certeza inequívoca, ele dará nova dinâmica àquela egrégia Corte, enriquecendo-a com insuperáveis talento, capacidade e coragem. Assim, ampliará a contribuição para que a pedra fundamental seja uma pedra nas sendas daqueles que transgridem as normas legais e os ditames da decência e da ética.

Nenhum comentário:

Postar um comentário