Meus cumprimentos ao Estadão por abrir espaço para que o sr. Thiago David Stadler opine sobre questões levantadas pelo prestigioso jornal para seus leitores (Fórum de Leitores, mensagem “Nem legal, nem legítima”, de 11 de outubro).
A essência da democracia é a liberdade de
expressão e nesse sentido é salutar que possamos conhecer a opinião de um filósofo
sábio. Convém destacar que ele afirmou:
“... Devo ser claro, aliás, que muito
dessa instabilidade e ‘sujeira política’ advém do tempo em que os higiênicos
militares estiveram no poder do Estado brasileiro. ...”.
Obviamente, com
sua rica bagagem cultural, é provável que ele tenha influência de Lenin e
Goebels (edulcorados por Gramsci) — especialmente, da ideia de repetir à
exaustão a inverdade para que haja sua prevalência como verdade; bem como de
destruir os valores vigentes, como forma de impor o ideário professado.
Um
grego, um daqueles da tríade de filósofos maiores da antiguidade, seguramente
indagaria que motivação move o sr. Stadler.
Seria
a amargura de vivenciar o universo de Dante porque os militares contribuíram
para a derrota dos dois extremos que o fascinam? Não é demais esclarecer que o quase
trocadilho com fascismo é acidental. Seria a dor de constatar que as perversas referências
que lhe aprazem tiveram sua herança imersa na podridão expelida para o meio
ambiente? Seria a tristeza da consciência de que a confiança no alicerce
intelectual que o suporta evanesceu? Isso importa?
De
qualquer sorte, o tempo passou; mas passa mesmo? O sólido muro caiu; mas é
possível? Sócrates também asseverava que nada sabia! E a inferência inequívoca
aponta para a prevalência de amargura, dor e tristeza inadiáveis e infindáveis,
envolvendo os que foram atraídos por ideias ambientadas em maldade e
perversidade. Para eles, é insuportável administrar a queda do muro de Berlim e
a queda do muro que impedia a visão das artes “democráticas” dos governantes
brasileiros recentes, orientadoras da anomia em que o País se encontra.
Só
considero uma pena que o estado do Paraná — que nos propiciou a possibilidade
de uma transformação impensável, com a Operação Lava Jato — tenha em seu
território alguém com influências, motivações e sentimentos tais que revelam
descompromisso com a verdade, motivadora da liberdade — ambas imprescindíveis
para a democracia. Claro, para infortúnio dos alunos do filósofo ‘professador’
da Universidade do Paraná e para infortúnio de todos que aspiram a um ambiente
social e político alicerçado na solidariedade, na ética, na decência e na
justiça.
Nenhum comentário:
Postar um comentário