quarta-feira, 11 de outubro de 2017

Verdade, liberdade e democracia


Meus cumprimentos ao Estadão por abrir espaço para que o sr. Thiago David Stadler opine sobre questões levantadas pelo prestigioso jornal para seus leitores (Fórum de Leitores, mensagem “Nem legal, nem legítima”, de 11 de outubro).
A essência da democracia é a liberdade de expressão e nesse sentido é salutar que possamos conhecer a opinião de um filósofo sábio. Convém destacar que ele afirmou:
“... Devo ser claro, aliás, que muito dessa instabilidade e ‘sujeira política’ advém do tempo em que os higiênicos militares estiveram no poder do Estado brasileiro. ...”.
Obviamente, com sua rica bagagem cultural, é provável que ele tenha influência de Lenin e Goebels (edulcorados por Gramsci) — especialmente, da ideia de repetir à exaustão a inverdade para que haja sua prevalência como verdade; bem como de destruir os valores vigentes, como forma de impor o ideário professado.
Um grego, um daqueles da tríade de filósofos maiores da antiguidade, seguramente indagaria que motivação move o sr. Stadler.
Seria a amargura de vivenciar o universo de Dante porque os militares contribuíram para a derrota dos dois extremos que o fascinam? Não é demais esclarecer que o quase trocadilho com fascismo é acidental. Seria a dor de constatar que as perversas referências que lhe aprazem tiveram sua herança imersa na podridão expelida para o meio ambiente? Seria a tristeza da consciência de que a confiança no alicerce intelectual que o suporta evanesceu? Isso importa?
De qualquer sorte, o tempo passou; mas passa mesmo? O sólido muro caiu; mas é possível? Sócrates também asseverava que nada sabia! E a inferência inequívoca aponta para a prevalência de amargura, dor e tristeza inadiáveis e infindáveis, envolvendo os que foram atraídos por ideias ambientadas em maldade e perversidade. Para eles, é insuportável administrar a queda do muro de Berlim e a queda do muro que impedia a visão das artes “democráticas” dos governantes brasileiros recentes, orientadoras da anomia em que o País se encontra.

Só considero uma pena que o estado do Paraná — que nos propiciou a possibilidade de uma transformação impensável, com a Operação Lava Jato — tenha em seu território alguém com influências, motivações e sentimentos tais que revelam descompromisso com a verdade, motivadora da liberdade — ambas imprescindíveis para a democracia. Claro, para infortúnio dos alunos do filósofo ‘professador’ da Universidade do Paraná e para infortúnio de todos que aspiram a um ambiente social e político alicerçado na solidariedade, na ética, na decência e na justiça.

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