sexta-feira, 28 de outubro de 2016

Plano estratégico para o Brasil

No que concerne ao magnífico artigo “Falta um plano estratégico para o Brasil”, do professor Paulo R. Feldmann (Correio Braziliense, de hoje, 28 de outubro), que assevera a imperiosa necessidade de revisão da política de ciência e tecnologia bem como a política industrial brasileira, há ponderações a agregar.
Dentre os problemas brasileiros, convém alinhavar três: a histórica ausência de estadista em nossa evolução, a indigência do sistema educacional e a falta de prioridade para a ciência e tecnologia — esta apropriadamente enfatizada pelo articulista. As assertivas a seguir já foram mencionadas na matéria Indigência de estadistas e outras, de 31/8/2016 [acessível em http://ribeirosouto.blogspot.com.br/2016/08/indigencia-de-estadistas-e-outras.html]. Pela relevância, são reproduzidas in verbis.
Os estadistas são a mola propulsora da evolução de qualquer país. Eles atuam com visão de futuro e com estabelecimento das melhores estratégias; conquistam a confiança, lideram, medeiam conflitos, planejam, orientam e empreendem; e assim obtêm os melhores resultados, colocando o país na vanguarda da história.
A educação deve ser a prioridade das prioridades de todas as ações governamentais. Nenhuma outra demanda da sociedade tem a faculdade de potencializar todas as forças do país como os investimentos em educação. Ademais, os educadores devem ser escolhidos na nata da juventude e, para isso, devem ser os mais valorizados servidores e devem ter os melhores salários do setor público; e a par disso nenhum dia do ano letivo deve ser perdido, com greve, doença de professores ou qualquer outro motivo. As demais medidas educacionais relevantes tornam-se consequência natural do estabelecimento da educação como prioridade absoluta, ancorado na questão primacial que é a valorização dos professores; sendo relevante asseverar que medidas políticas cosméticas — que, não raro, têm sido anunciadas na última década — são inoportunas, inconvenientes e ineficazes.
É imperioso considerar que desde a passagem do porrete para o arco e flecha, até a arma eletromagnética (quando e se for operacionalizada) ─ passando por todos os demais objetos resultantes da evolução humana ─, a ciência e a tecnologia têm sido (e serão) essenciais para qualquer passo evolutivo e, como tal, impulsionadoras de qualquer país, da condição de ator secundário, para a condição de potência global dominante.

Então, a formulação e a adoção de um plano estratégico para o Brasil, conforme proposto pelo professor Feldmann, passam antes e necessariamente pelos questionamentos e equacionamentos e ações atinentes ao estímulos para a formação de estadistas, à mudança dos paradigmas educacionais e ao reconhecimento da relevância do binômio ciência e tecnologia.

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