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Apresentação
24 de junho (domingo) – TGV, Sussex Rd, Edgware Rd e Oxford Rd
25 de junho (segunda) – Passeio de ônibus e barco, e Fantasma da Ópera
26 de junho (terça) – Palácio de Buckingham e Museu Britânico
27 de junho (quarta) – Torre de Londres, City e catedral de Saint Paul
28 de junho (quinta) – Abadia de Westminster, Parlamento Sq, Whitehall e National Gallery
29 de junho (sexta) – TGV Londres-Paris e viagem aérea Paris-São Paulo
30 de junho (sábado) – Viagem aérea Paris-São Paulo e São Paulo Brasília
24 a 30 de junho – Consolidação do relato da viagem a Londres
25 de junho (segunda-feira) – Passeio de ônibus e barco; e teatro Fantasma da Ópera
Ter uma visão panorâmica de Londres era desejável por nossas queridas adolescentes que — na assunção de sua própria identidade — optaram por celebrar a passagem para os 15 anos em duas mais importantes cidades históricas da bola redonda que Galileu teimosamente negou-se a aceitar que fosse plana. Então, o passeio de ônibus foi a decisão consentânea com o momento que se queria inesquecível. Adquirimos os bilhetes na recepção do hotel e pegamos o inefável ônibus na London St, a rua de cafés e restaurantes, entre o hotel Aspen e estação de Paddington. Fizemos o percurso Sussex Garden Rd, Edgware Rd e passamos pelo Marble Arch, que foi projetado no século XIX para ser a entrada principal do Palácio de Buckingham, mas por ser pequeno para essa destinação foi implantado na Oxford St, num dos acessos ao Hyde Park. Infletimos para o norte pela Gloucester Place, cruzamos a Baker St, onde vimos a indicação do Museu Sherlock Holmes, viramos à direita, na Marylebone Rd, one vimos o Museu Madame Tussaut's e sua cúpula arredondada na forma de meia esfera.
Como estava muito calor, preferimos descer do ônibus e caminhar na Haymarket St. Passamos em frente ao Theatre Royal Haymarket e sua fachada similar ao Partenon, tão comum, e ao mesmo tempo projetando a ilusão de tão inédita. Do lado oposto da rua, nos fixamos no Her Majesty Theater, que estava apresentando The Phantom of the Opera. Não hesitamos e compramos ingresso para o dia seguinte. Laura e Isabel preferiram não ver o fantasma.
Continuando, chegamos ao cruzamento da Haymarket St, com a Cocspur St e com a Pall Mall St. No início da Cocspur St, vimos a bandeira do Brasil na fachada de um prédio. Trata-se da Embaixada do Brasil. Afora as fotos externas, deixei as meninas admirando o belo conjunto na pracinha que fica na interseção das duas ruas e entrei no prédio. A receptividade não foi boa, embora meu pedido não tenha sido razoável: queria fotografar as obras de arte da recepção — tudo bem, as questões de segurança devem prevalecer, mas a elegância também.
A cerca de 200 metros, ao longo da Pall Mall St, estava a Trafalgar Square. Apressamos o passo, chegamos e nos dedicamos a fotografar e apreciar um local simplesmente extraordinário, onde os destaques são:
– Trafalgar Square, ela própria, no centro, com as belíssimas fontes, que Isabel insistiu tanto em curtir;
– estátua do homem-animal alado (motivo possivelmente iraniano);
– estátua do General James Napier;
– museu National Gallery, ao norte, com suas maravilhosas obras de artes plásticas;
– igreja St Martin-in-the-Fields, a nordeste, com antiga tradição social (apoio aos desvalidos) e musical (abriga concertos musicais, desde o fim da Segunda Guerra Mundial);
– coluna do Almirante Lorde Nelson e sua guarda de 4 enormes leões metálicos, ao sul, com a estátua do Almirante no topo de seus imponentes 50 metros de altura — erigida para celebrar a morte heróica de Nelson, na batalha de Trafalgar, em 1805, contra Napoleão;
– Admiralty Arch, a sudoeste;
– embaixada do Canadá, no lado oeste; e
– embaixada da África do Sul, no lado leste.
Essa manhã épica continuaria outro dia com a visita ao imperdível Museu National Gallery. Chegou a hora do almoço e a escolha foi a turística lanchonete Pret a Manger. Para uma refeição rápida, se melhorasse um pouco, teria sido uma escolha satisfatória.
Retomamos o ônibus, que seguiu pela Whitehall, passando pela Downing Street 10, residência do Chefe de Governo — atualmente a Primeira Ministra Theresa May —, Praça do Parlamento, onde se vê a estátua do Churchill, a Abadia de Westminster, as Casas do Parlamento e o magnífico Big Ben, que está todo coberto, em processo de restauração, com previsão de conclusão em 2 anos. Em seguida atravessamos o rio Tâmisa, por intermédio da Ponte de Westminster, de onde se tem imagens belíssimas de Londres, tanto a jusante quanto a montante, isto é, a sudoeste revemos o Parlamento e a Abadia de Westminster; ao norte chamam a atenção a Roda do Milênio (Millenium Wheel ou como é mais conhecida, London Eye), que é uma roda-gigante de observação inaugurada no réveillon de 2000. Era a maior do mundo, mas em 2006 foi ultrapassada pela Estrela de Nanchang (160 m), na cidade homônima na China; e depois pela High Roller (167 m), localizada em Las Vegas, USA.
O passeio prosseguiu e depois de uns 10 minutos, passamos entre a Hayward Gallery e o Royal National Theater e voltamos a cruzar o rio Tâmisa, pela ponte de Waterloo. O percurso seguiu paralelo ao rio e depois de passarmos pela St Paul's Cathedral, ingressamos na Queen Victoria St, e assim nos vimos na City of London, o centro financeiro da cidade. Refiro-me com ênfase ao Bank of England e à torre comercial de arquitetura neo futurista, informalmente, conhecida como Gherkin — a rigor, trata-se da 30 St Mary Axe, antes chamada de Swiss Re Building.
Chegou o momento de, pela terceira vez cruzarmos o rio Tâmisa, desta feita pela London Bridge, entre a City e Southwark. A ponte original foi uma das mais famosas do mundo: era a única na cidade a cruzar o rio até que se inaugurou a Westminster Bridge em 1750. A primeira ponte de Londres, construída pelos romanos no ano de 43, era de madeira. Em 1013, o rei Ethelred queimou a ponte para tentar dividir as forças invasoras do rei Sueno I da Dinamarca. A ponte reconstruída foi destruída por uma tormenta em 1091 e novamente destruída pelo fogo em 1136. A ponte foi, em 2006, cantada na música 'hip-hop/rap' London Bridge, pela cantora Fergie, que permaneceu 3 semanas em primeiro lugar no Billboard Hot 100. Vale dizer, essa ponte tem história e ela passou debaixo de nossos pés.
Logo após sair da ponte, passamos ao lado da Southwark Cathedral e em seguida vimos a City Hall, com sua arquitetura não usual, na forma de bulbo vertical, ligeiramente inclinado, com a pretensão de reduzir a superfície e melhorar a eficiência energética. Essa edificação é o quartel-general da prefeitura e da assembleia legislativa de Londres — reunidas na Greater London Authority, que compreende o Mayor of London e a London Assembly.
E agora provavelmente o ponto alto do passeio de ônibus: o último cruzamento do rio Tâmisa, pela London Tower Bridge. Essa ponte se notabilizou por aparecer em destaque em vários filmes; por ser objeto de desejo de vários pilotos que voaram entre suas estruturas paralelas horizontais; e pelo engano do motorista de ônibus que resolveu acelerar, e o veículo deu um salto cinematográfico da báscula móvel para a báscula fixa. Na hora errada, o ônibus que ele dirigia estava na parte horizontal central da ponte (báscula móvel) que se eleva para a passagem de navio. Como nenhum passageiro se feriu ele recebeu um prêmio de 10 libras.
Nas proximidades da London Tower, deixamos o ônibus e fomos para a estação fluvial. No cais da Torre (Tower Pier), começamos o passeio de barco pelo rio Tâmisa, embarcando em uma balsa catamarã de dois andares (Thames Circular Cruise by Catamaran Cruisers). O rio Tâmisa foi a rota utilizada pelos invasores Vinkings nos séculos VIII e IX; foi o nascedouro da Marinha Real britânica durante a dinastia Tudor; e foi a artéria principal da maior parte do comércio do país até o início da década de 1950. O passeio fluvial é interessante pela vista das principais atrações arquitetônicas londrinas, de um outro ângulo e do lago oposto àquele que tínhamos visto de ônibus ou a pé. entres outras, voltamos a admirar: Tower Bridge, London Tower, St Paul’s Cathedral, London Bridge, Southwark Cathedral, HMS Belfast (Her Majesty Ship Belfast, cruzador da Segunda Guerra Mundial, transformado em museu desde 1971), London Aquarium (antiga sede do conselho governamental de Londres e agora transformado em um dos maiores aquários da Europa), London Eye, Westminster Bridge e, por último, Parliament Houses e Big Ben. Deixamos a embarcação no Westminster Pier e tomamos o metrô na estação homônima para retornar ao hotel.
Descansamos um pouco e depois preparamo-nos para ir ao teatro. Isabel e Laura permaneceram no hotel e mais tarde foram “jantar” no McDonald. Cecília e Alessandra se produziram com muito capricho e deixaram este pai alegre e orgulhoso. Claro, para poder acompanhá-las adequadamente não tive dúvidas e enfiei-me em terno e gravata. Fomos de táxi para a rua Haymarket St, entramos no Her Majesty Theater com 15 minutos de antecedência. Um disfarçado lamento brotou em minha cachola: gostaria muito que Laura e Isabel estivessem conosco. Até porque Laura está com o aprendizado da música tema da apresentação, The Phantom of the Opera, no piano, quase concluído. Achava que ela que deveria ir, mas optou por ficar. Em conversas posteriores, ela mencionou a razão: gosta da música, mas não se sente confortável com a história do rapaz que se apaixonou para presentear os amantes da arte com uma história improvável. Fiquei um pouco desapontado pelo fato de que muita gente não estava vestido com o esmero requerido. Tinha algumas pessoas, inclusive idosos, de bermuda. Dentre os que não se importam com a justificativa do verão, em Londres, poucos estavam de terno e gravata. A grandiosidade e beleza do espetáculo fez com que as demais percepções ficassem em segundo plano. Com certeza, as meninas se rejubilaram e se emocionaram várias vezes. Ficou claro o acerto em enfrentar eventual cansaço e, em poucas vezes, algum desconforto, para ultrapassar os 15 e os quase 70 anos, respectivamente, agregando qualidade e emoção, com a ida ao teatro. Dez anos atrás, em uma viagem em serviço à África do Sul e em seguida a Londres, vi essa mesma peça, nesse mesmo teatro. Estava sozinho; curiosamente, sentei ao lado de duas brasileiras jovens. Estar com as duas filhas queridas é simplesmente incomparável e inexcedível. Na primeira vez, mencionei para as duas moças que sonhava ver minhas queridas filhas com a idade delas. De fato, não apenas sonhei, não apenas estava vendo, mas estava vivenciando algo perto da fronteira da beleza do impossível, que tão poeticamente cantou Manuel Bandeira.
Após o término do espetáculo, compramos blusas com motivo do fantasma para Cecília e Laura. Depois, caminhamos pelas imediações. Chegamos até a Royal Academy of Arts. A noite estava bonita e serena. As pessoas estavam alegres se divertiam muito. Tomamos um táxi e fomos para o hotel.
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