sexta-feira, 29 de junho de 2018

Viagem a Londres – TGV / Londres-Paris e TAM / Paris-São Paulo


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Apresentação

24 de junho (domingo) – TGV, Sussex Rd, Edgware Rd e Oxford Rd
25 de junho (segunda) – Passeio de ônibus e barco, e Fantasma da Ópera
26 de junho (terça) – Palácio de Buckingham e Museu Britânico
27 de junho (quarta) – Torre de Londres, City e catedral de Saint Paul
28 de junho (quinta) – Abadia de Westminster, Parlamento Sq, Whitehall e National Gallery
29 de junho (sexta) – TGV Londres-Paris e viagem aérea Paris-São Paulo
30 de junho (sábado) – Viagem aérea Paris-São Paulo e São Paulo Brasília

24 a 30 de junho – Consolidação do relato da viagem a Londres
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29 de Junho (sexta-feira) – Viagem de trem Londres-Paris e viagem Aérea Paris-São Paulo
Acordei com uma certa sensação ambígua de perda e alívio. Perda porque a viagem se encaminhava para o fim, e confinaria novidade, beleza, encanto e história nos confins das recordações e lembranças. Alívio porque o retorno para casa devolve estabilidade, despreocupação e reinserção na região de conforto. 
Enfim, as malas ficaram prontas ontem. Isabel e as meninas são rigorosas nessa questão e isso ajuda muito. No horário previsto, o motorista, provavelmente estrangeiro do Oriente Médio, chegou. Embarcamos em um carro espaçoso e com aspecto geral na faixa de regular para bom. Depois de 5 minutos de deslocamento, o motorista fez uma ligação, passou-me o celular e disse que eu tinha que eu tinha que realizar pagamento por telefone. Reagi de imediato e afirmei que só faria o pagamento através de máquina. Como ele disse que não tinha a engenhoca, solicitei que ele parasse na primeira loja de câmbio, pois eu faria a troca de dólar por libra e faria o pagamento em espécie. E assim foi feito. Desci do carro e disse para ele contornar o quarteirão enquanto eu trocava o dinheiro. Como ele demorou, resolvi caminhar no sentido em que ele deveria chegar. Depois de algum tempo, ele surgiu no sentido contrário, meio esbaforido. Disse que o trânsito estava ruim e ele parou o carro em uma transversal.
Aí me dei conta de dois erros graves. O primeiro: deixei Isabel e as meninas em um veículo com um desconhecido, em plena Londres — desse erro estava livre, pois ele não fugira com elas. O segundo:  esse, corolário do primeiro, pois não sendo o motorista um bandido, ele deixou as moças em um carro numa rua desconhecida da cidade e foi me procurar. Com alguma ansiedade, caminhei a seu lado e depois de uns 10 minutos, surgiu o veículo e deu para perceber que elas estavam em seu interior. Dois erros, dois ensinamentos e um suspiro de alívio. Entramos no carro. O caboclo tentou ligar o motor, uma duas, três, quatro vezes, e nada! Então, com o inglês que não escondia sua origem, afirmou que a estação era perto e que nós deveríamos seguir a pé; ele acompanharia e ajudaria, puxando a mala mais pesada. 
E assim caminhamos cerca de um quilômetro até chegar à estação St Pancras International. A dúvida atroz: eu deveria pagar? Não paguei e ele não solicitou o pagamento. Não se tratou de honestidade. Ficou claro que a atividade que ele exercia não era legalizada e sendo estrangeiro, se eu procurasse a polícia, ele correria o risco de expulsão. 
Eu fiquei sob pressão, fiquei tenso e era para menos? Fizemos o checkin, embarcamos e antes de começar o túnel sob o canal da Mancha, dei uma bela cochilada; acho que a tensão ajudou. Após o lanche com um belo sanduíche, voltei a cochilar, para despertar uns 15 minutos antes de chegar na Gare du Nord. 
Em lá chegando, o adido do Exército nos esperava com o motorista. Em realidade, o Cel Ronaldo Morais Brancalione,que deu apoio na chegada a Paris, estava sendo substituído pelo coronel Adilson AkiraTorigoe. Embora ainda não investido na função, o Cel Akira foi nos receber na estação. Foi uma boa surpresa, além do que o Akira deve ser oriundo da aristocracia nipônica — é elegante no trato e com uma capacidade de comunicação bastante superior à média dos militares bem sucedidos; trata-se de inequívoco indicador que ele terá sucesso na missão diplomática militar na Cidade Luz. Ele nos levou até o aeroporto Charles De Gaulle e nos acompanhou até o guichê da TAM, onde nos despedimos.
Chegamos cedo, por volta de 14:20 horas, quer dizer, umas quatro horas antes da entrega das malas, uma vez que o checkinfora feito em Londres, com a facilidade do celular. Então, passear e almoçar garantiram a espera sem tédio. 
Como era conveniente um pouco de emoção, quando o guichê da TAM abriu e entramos na fila da entrega de malas, veio o alerta relativo a uma bagagem abandonada e a suspeita de terrorismo. A ordem é imediata e rigorosa: desocupar as imediações do local, o que as pessoas fazem com a pressa de quem não quer fazer. Aí vêm os policiais, com a educação e elegância francesas e amedrontam mais do que o suposto explosivo. Lembro que na conversa com o Akira, ele disse que vivenciou o mesmo problema, sentiu vontade de desobedecer as ordens, pegar a mala e jogar por uma janela qualquer para outro ambiente. A chance de pegar a mala contendo explosivos é algo da ordem de um para 10.000. Depois de uma demora de quase duas horas, a região foi liberada e seguimos a rotina para chegar a hora do embarque. 
Enfim, chegou a hora do embarque. O atendimento da Latam foi satisfatório tanto na ida quanto hoje na volta. Uma vez mais, o jantar tinha o mínimo de qualidade para um voo interncional, em classe econômica. Foi fácil conciliar o bom sono potencializado pelas circunstâncias excepcionais que envolvem a viagem.

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