Diálogo entre um
vacariano e um rochedense, quando assistiam pela TV a missa no Sindicado dos
Metalúrgicos de São Bernardo do Campo, no dia da prisão do ex-Presidente
condenado à pena de 12 anos de reclusão.
— E aí o que você está
achando?
— Bom, tá me parecendo uma cena que Dante deixou de testemunhar e, por isso, não a representou em seu
inferno.
— Então, me diga, deu tudo
errado?
— Não! Aquele carro de som
com os puxa-sacos e os ratos aplaudindo o cara em derretimento moral, afundado
em cachaça e ódio, é uma metáfora do socialismo. Portanto, deu tudo certo!
— Não venha me dizer que o
socialismo foi esse sucesso todo!
— Claro! Deu certo em todos os lugares em que foi implantado.
— Mas que absurdo! E a União das Repúblicas Socialistas Soviéticas, cujo regime assassinou uns vinte milhões, depois virou
capitalismo. Todos os países socialistas da Europa Oriental se transformaram em
capitalistas. Na China, o regime socialista assassinou uns cinquenta milhões e
depois mudou para um ‘capitalismão’ de Estado. Cuba já é um pouco lenta — é
compreensível, todas as fronteiras são marítimas. Se tivesse uma nesga
terrestre, afora a família Castro, não teria mais ninguém lá.
— Você não tá entendendo!
Quando você dá veneno para um doente no lugar do remédio, se o infeliz morrer,
deu certo; agora, se ele aparecer curado, deu completamente errado. É preciso
entender que se um procedimento errado é adotado em algum processo, se der certo está
errado; e se der errado, está absolutamente consistente, compatível, ou seja, está certo.
— É mas mesmo sendo seus argumentos
razoáveis, tem gente que não concorda com isso!
— Então, façamos um
experimento. Utilizando técnicas de animismo, vamos dar vida para o veneno.
Similarmente, vamos repetir o mesmo processo com um socialista. Você sabe o que
vai acontecer?
— Pensando bem, eu não
estou conseguindo pescar onde você quer chegar.
— É simples! Ambos são completamente
diferentes, mas têm uma coisa em comum. Você ganha um prêmio se me disser o que
é comum entre ambos.
— O prêmio eu já perdi.
Mas como você tem a solução, você ganha o prêmio e reparte comigo.
— Eu não sei se eu entrego
você pro socialista ou te aplico uma poção de veneno.
— O que é isso parceiro? E
a nossa amizade?
— Bom, vamos lá. O que há
de comum entre eles é a intrínseca, genética e atávica capacidade de não
conseguir ver, observar, pensar, interpretar, saber e inferir sobre a
realidade; e muito menos de reconhecer o potencial da força destrutiva de suas
respectivas naturezas. Tudo bem, o veneno é necessário; afinal, há predadores
de várias espécies que precisam ser eliminados. Agora, dentre os bípedes
racionais, será que há lógica e razão em adotar ideias predadoras, intoxicantes e destrutivas?
— Sabe que você pode até
ter alguma razão?
Nenhum comentário:
Postar um comentário