
Os correligionários do sentenciado estão buscando de forma
pertinaz, em todas as instâncias judiciais possíveis, sua libertação. Essa
busca é secundada por ameaças, desmandos e arruaças e de toda ordem e em todas
as latitudes brasileiras. Quais as razões de tamanha exasperação?
Evidentemente, que não é pela prisão em si mesma. Afinal, as
dimensões das dependências do cárcere são compatíveis com a estatura física e
intelectual do paciente (paciente ou meliante? Há a conveniência de usar a
terminologia preferencial da Corte Última!). Similarmente, deve ser considerado
que nenhum carcereiro se dispôs a alfabetizar o paciente. Por essa razão, não
há argumentos para lhe recomendar livros para que o tempo se escoe de forma
suportável e útil.
A lógica indica que os motivos relevantes são a
impossibilidade de o paciente ter os seguidores intoxicados habituais para quem
possa dirigir sua indigesta verve e a inexistência da garrafinha de água
potável — seu consolo é valer-se de simulação com a torneira do lavatório, que
requer uma força mental avassaladora para o êxito dessa prática. Resta-lhe a
opção de falar com os colchões, com o vaso sanitário e com o vento, quando a
meteorologia aceder. Ele não pode nem mesmo falar para si próprio diante do
espelho — seria aterrorizante dialogar com um meliante contumaz. Enfim, esgotou-se
o tempo da ingenuidade, da utopia, da falsidade e do engano.
Formulo essas provocações pensando e refletindo de forma
otimista e grandiosa. Pela primeira vez, na história do Brasil, vivenciamos a
universalidade do sistema judicial. Nessa extraordinária inflexão, a realidade
se associa à retórica e todos passam a ser iguais perante a lei. Os poderosos e
os despossuídos são considerados, avaliados, julgados e, se for o caso,
condenados, em conformidade com os mesmos paradigmas. O País, a Nação, as
instituições e a sociedade deixam o estágio hesitante do pós-nascedouro para
ingressar na juventude, que marca o início da maturidade. O primeiro passo é
essencial e obrigatório em qualquer jornada evolutiva e constitui-se em
indicador inequívoco do acerto do rumo a ser seguido. Adicionalmente, é
lamentável ter um paciente nessas circunstâncias, mas já que ele não pode ser
eliminado ou esquecido, assimilemos a auspiciosa lição de sua existência.
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COMENTÁRIOS (AUTO-EDIÇÃO)
20/Abr/2018
Délcio Afonso Vilela– Caríssimo colega, em primeiro lugar, afirmo que está excelente sua postagem sobre o palpitante e atual assunto; e em segundo lugar, esse cidadão, que deveria estar encarcerado há muito mais tempo, parece estar em estado mental delirante. Não é admissível que uma pessoa — tendo praticado as desonestidades que praticou, na condição de maior mandatário da Nação — agora venha querer se vitimizar e dar conselhos ao povo, dizendo que suas "ideias não são encarceráveis". Ora, ora, que ideias são essas? Ele está obrigado a explicá-las melhor. Esse senhor se constitui em péssimo exemplo para nossa juventude. O cárcere é o lugar merecido para ele. Em liberdade, é um perigo ambulante, principalmente para os políticos a serem eleitos no segundo semestre deste ano de 2018.
4/Mai/2018
Aléssio Ribeiro Souto –Caro Délcio, confesso que mesmo sendo usuário do FB há mais de 3 anos, só agora passei a utilizá-lo com alguma frequência; e mesmo assim, continuamos chamando um ao outro de vossa excelência, com toda reverência, afastamento e ineficácia que isso gera (tanto é que perdi a mensagem que tentei postar ontem, agradecendo a você -- mas como prego para as meninas que devemos 'tentar sempre, desistir jamais, vencer quando possível', tentarei novamente). Então, respondendo com atraso sobre o Luladrão, entendo que suas colocações estão perfeitas. Mas estamos diante de um avanço de dimensões espaciais. Ele está encarcerado e todos os demais meliantes estão tremendo diante da possibilidade de seguir o mesmo caminho. Ora, eu costumo dizer que a metodologia de malfeitos políticos foi sugerida por um general romano, há cerca de 2000 anos atrás, para seu irmão candidato a cônsul -- ninguém mais ninguém menos do que Cícero, consagrado intelectual e político romano. Nos dias atuais, os desvios continuam. Nas sociedades organizadas, quem é pego, paga. Acho que estamos chegamos nesse objetivo.
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