No exulcerante artigo “Populismos e democracia bloqueada”
(Estadão de 15 de abril), faltam algumas informações essenciais, amparadas pela
verdade, que normalmente leva ao paroxismo todos aqueles que pugnam pelos
“ismos” de qualquer natureza. Senão vejamos.
O senhor Berlinger, nominado como “o último grande dirigente
do comunismo histórico”, evidentemente está longe de Stalin, Mao, Pol Tot; e
por uma razão singular: ele não teve a oportunidade de assassinar como seus
antecessores; não porque não tivesse essa tendência (não se trata do indivíduo,
da pessoa; e sim da ideia), mas porque as circunstâncias não lhe eram
favoráveis. Ademais, esse dirigente — da mesma dimensão de qualquer comunista
ou nazista — faz reparos à divisão da sociedade. Ora, ora! Todos os
nazi-comunistas pregam o fracionamento da sociedade como metodologia para a
concretização de seus objetivos. Incompreensível pois a argumentação defendida.
O artigo segue caracterizando o senhor Berlinger como “um
político sofisticado ... com sua generosa estratégia de compromisso entre todos
os democratas, ...”. Sofisticado sim, sem dúvida, generoso, há controvérsia.
Hitler, Lenin, Beria, Stalin e Goebels se achavam generosos e podem ser
considerados sofisticados, pela obra que realizaram e pelos seguidores que
catalisaram. Agora admitir que um nazista ou um comunista é democrata,
convenhamos, aí a surpresa é total, a distorção é insuperável, a desfaçatez é
incrível. É similar à asserção de que o ar pútrido pode substituir o ar limpo
para se permitir que o progresso tecnológico e as condições humanas evoluam.
Não é fácil entender a “questão moral” estatuída pelos
comunistas italianos. Todo autoritário é patológico porquanto agrega silogismos
e justificativas baseados em falsidades — geralmente disfarçadas, camufladas —
que naturalmente encantam seus seguidores, mas levam à clivagem e à anomia do
ambiente, em qualquer realidade, em qualquer tempo, em qualquer espaço
geográfico. Enfim, atendo-se ao mundo real, o combate ao câncer se faz no
combate às causas subjacentes nas células adoentadas e não na destruição das
células saudáveis.
Mantendo-se a atenção na linha argumentativa do articulista,
chega-se à conveniente condenação do populismo italiano e seu equivalente
brasileiro, encarcerado no petismo, para justificar as virtudes do verdadeiro socialismo
e, por extensão, do ideário de Engels, Lenin, Marcuse e outros. Já não está na
hora de alguém dizer para o patrono brasileiro do senhor Gramsci que os
prejuízos causados pela esquerda socializante brasileira serão recuperados,
dentro de algumas décadas; e que os transtornos de seus encantados seguidores
serão equacionados à medida que cada um perca sua capacidade de praticar a
inverdade, a defesa da indecência e a afronta aos bons costumes? O primeiro
passo já foi dado: o encarceramento dos malfeitores que agrediram os cidadãos
que precisam de escola, hospital, segurança, saneamento e moradia.
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